A viagem ocorreu de 28 de julho a 09 de agosto de 2016 em Ruanda e Congo
Foram apenas 10 dias, mas a experiência foi tão intensa que pareceu 1 mês! Quando nós decidimos ir, eu me planejei financeiramente e fiquei impressionada com a disposição das pessoas de me ajudarem, levamos muitas doações físicas, desde calcinhas até produtos de higiene e quase R$ 5 mil (obrigada colaboradores maravilhosos), que eu levei na doleira na minha cintura durante nossa longa viagem, quase não dormia com medo de perder, afinal “esse dinheiro vale mais que eu”, brincávamos.
Vou compartilhar 2 experiências marcantes: éramos 4 brasileiros + uns 8 escoceses, minha comunicação se resumia em “sorria e acene”, porque não entendia nada do que diziam. Nós andávamos em uma mini van para visitar os projetos, e fomos em um lugar bem simples, para visitar a igreja e brincar com as crianças, eu estava de Sagarela (nome da minha palhaça), quando paramos, vim uma multidão de crianças correndo/ sorrindo e acenando ao nosso encontro, deu um nó na minha garganta porque eu não sabia o que fazer, que piada eles iriam entender? Aquele dia, sem falar uma palavra do dialeto deles, nós brincamos de imitar, sorrimos e nos divertimos.
Não é preciso falar o mesmo dialeto para se comunicar.
Um abraço, um sorriso ou um aceno falam muito, eles são universais.
Na prática, eu vi que…
Esse senhor é professor no Congo com sua família de +/- 6 filhos, e essa lona é a casa dele atrás. Ele recebe 40 libras, cerca de R$ 180 por MÊS PARA SUSTENTAR A FAMÍLIA.
Conhecemos tantas histórias de superação que não tem como você não ficar constrangido ao lembrar dos seus “problemas”. Numa tarde, durante uma visita a um projeto de mulheres no Congo, nós estávamos almoçando, eles levaram bananas e ovos cozidos para todos. Eu estava com fome, comi minha banana e meu ovo (e pensando, só isso?) , e naturalmente, pedi para o Pedro “Pode me passar mais um banana?”, ele me deu, quando comecei a comer, olhei para o lado e vi algumas pessoas me olhando, foi quando percebi que eu era a ÚNICA que estava comendo a 2ª banana, fiquei tão constrangida, tentei dividir com Pedro, mas ele disse que ninguém falou para eu pegar outra (gente boa né? Isso que dá ser amiga mesmo).
Foi mais um dos momentos que senti o nó na garganta.
Eu tenho outras histórias, mas prefiro te convidar para ir na próxima viagem e você me contar a sua. O que acha?
Sabe como eu fui parar lá? Eu conheci a Ong Comfort International em 2015 através do Pedro Alvim que havia ido para lá em 2013 e comecei a ajudar financeiramente, enquanto eu brigava com ele dizendo para fazer um trabalho de divulgação melhor, ele disse “Você vai ajudar?”, e eu respondi “Claro”. Foi então quando em 2016 nós abrimos a Organização com toda a parte burocrática, e desde então temos auxiliado nesse trabalho incrível através de apadrinhamento mensal.
Esse é o Itangishaka Willy (17 anos), durante 1 ano eu investi para que ele estudasse eletricidade automotiva por R$ 100 por mês e ter um futuro diferente. Quando eu o conheci em Ruanda, precisei de 2 intermediários, eu falava eu português -> traduziam para inglês e o rapaz de branco para o dialeto local.
Ajudar a África não quer dizer que você está esquecendo do Brasil ou da sua vizinhança, tem gente precisando em toda a parte, para mim, a diferença é que pelo menos no Brasil o governo assiste mais as pessoas.
O Comfort International fez 20 anos de trabalho em Ruanda no ano passado, eles fazem um excelente trabalho de captação de recursos e criação de projetos onde os próprios nativos colocam a mão na massa e buscam o desenvolvimento pessoal e da comunidade através do trabalho. No Brasil, fizemos 4 anos =)
Bem, se você quiser conhecer melhor essa Organização…
https://www.facebook.com/comfortinternational/
https://www.instagram.com/comfortinternationalbr/
O vídeo da viagem
E você, tem vontade de ir à África? Se já foi, conte-nos sua história 😀