Foi minha 1ª viagem sozinha para outro país e sem nenhum conhecido no local, principalmente brasileiro (eu queria mesmo destravar meu espanhol após 6 anos de estudo). Assim, o desafio começou cedo, desde a partida do avião que eu quase perdi aqui em Brasília, quando sai correndo, deixei meu livro no banco, que foi devolvido por um funcionário da companhia, pessoa maravilhosa usada por Deus.
Fui para Arequipa, uma das maiores cidades do Peru e fiquei com uma família incrível. Sempre lembrarei com carinho e saudade deles! Muito obrigada por acolherem me como alguém da família.
Fui pela AIESEC para fazer trabalho social, a proposta deles era que eu trabalhasse com crianças, chegando lá fui sorteada para um centro de internação (albergue) da polícia trabalhar com pré-adolescentes e adolescentes que tinham cometido algum ato infracional ou foram abandonados pelas suas famílias. Pouco diferente, né? Depois falamos disso…
Eu e os 3 mexicanos: Diana, Uriel e Constanza trabalhamos várias atividades. Nosso objetivo era trazer uma nova perspectiva de vida para estes jovens através de um relacionamento com eles. Desenvolvemos dinâmicas sobre família, passamos filmes que geraram reflexão sobre nossas ações, informações sobre o mundo… Foi uma experiência bem bacana, pena que não podíamos pegar o contato deles, gostaria tanto de saber como estão e por onde andam…
O que eu aprendi nessa viagem…
Que há muito que conhecer por este mundão, que viver um tempo outra cultura e língua é um investimento para o crescimento e aprendizado pessoal. Sair da zona de conforto: saindo do seu país, da sua casa e de perto dos seus amigos e familiares é como recomeçar uma vida. É fantástico.
Aprendi que as pessoas que estão em sua volta te influenciam, mas que quando você sabe quem você é, do que gosta e do que não gosta, não se importa de ser diferente. Eu fui para muitos a primeira brasileira que não dança samba ou funk e não “enche a cara”.
Aprendi a trabalhar em equipe, mesmo quando os outros não são tão pró-ativos, aprendi a escuta-los e deixá-los realizar suas ideias também. Aprendi a não me estressar tanto quando as coisas não saem da forma que planejei.
Aprendi a não reclamar de tudo, pois sempre há circunstancias ruins, mas valorizar os pontos positivos. E principalmente ver que seus colegas estão em situações piores que a sua, e buscar ajudá-los ou amenizar os desafios, como não ter água quente em casa ou um lugar onde lavar roupas.
Valorizar minha história de vida, por ter sido honrada por Deus por ter uma família que teve seus problemas, mas apesar de tudo, é estruturada, unida e que conhece a Cristo. Não temos histórico de violência familiar, álcool e drogas, isso é uma benção tão grande que não podemos mensurar.
A maioria dos países da América do Sul compartilham dos mesmos problemas sociais e de corrupção no governo.
O Brasil é bem visto por todos. Mas o Rio de Janeiro realmente é a cidade mais desejada para ser conhecida.
Peru não dá mole para ninguém, se quiser brincar de fazer trilha, vai ralar bastante. Mas vale a pena. Não tem como ir para os passeios sem condicionamento físico.
O trânsito de Brasília é maravilhoso. O trânsito no Peru é caótico, tipo 5x pior que Goiânia. Terra sem lei, o mais forte é quem joga o carro primeiro. Sem contar que eles buzinam o tempo TODO.
O transporte público em Brasília é um assalto. O ônibus no Peru, para qualquer lado é um sol, equivalente a R$1.
Os estrangeiros acham que todos os brasileiros gostam de futebol e sabem sambar. Sempre rola um esteriótipo, né?
O que eu ganhei nessa viagem…
Uma família peruana maravilhosa: Noe, Nycol, Santiago y Juan Diego. Foi muito legal ser a irmã mais velha pela 1ª vez, se bem que eu não tinha muita moral… Santiago mal entendia o que eu dizia, era engraçado.
Uma buddy (acompanhante) super presente e atenciosa, Lilian.
Amigos lindos que fizeram que essa viagem fosse marcante: Nycol, Diana, Lilian e Carlos.
O desejo de conhecer Colômbia e México pelos amigos que fiz.
O desejo de fazer comida com cremes diferentes, como mais picantes, de azeitona, salsa… Se bem que aqui em Brasília eu continuo comendo tudo sem muito tempero…
O desejo de aperfeiçoar meu inglês para poder conhecer mais pessoas e lugares com segurança.
Os passeios mais radicais e que exigiram muito condicionamento e fôlego: trekking de 2 dias em Colca, rafting em Arequipa, Machu Picchu, Montanha de Cores, Puno e Copabacana (Bolívia)
Ah, foi uma experiência e tanto, sempre sorrio vendo cada foto, cada momento, deu tudo certo, me diverti e aprendi bastante. Só me resta o desejo de voltar e conhecer melhor ainda esse país cheio de aventuras!
Um beijo especial para cada um que somou em minha vida nesse período.