Resumo do livro “Como ser rico”: não é o que você tem : é o que faz com o que tem do Andy Stanley
Lido em setembro de 2019
Objetivo do livro é fomentar a discussão e a reflexão sobre o que fazemos com o que temos.
Rico é ter mais do que você no momento. Sendo esse o caso, você pode ser rico e não saber. Pode ser rico e não sentir. Pode ser rico e não agir de acordo.
Quero que você me ajude a atrelar novamente a igreja a demonstrações de compaixão e generosidade irrefutáveis, desconcertantes, capazes de transformar nossa cultura.
Capítulo 1 O momento é de comemoração
Quanto mais rico você é, no entanto, mais suas prioridades vão se distanciando do que de fato você precisa. Mesmo quando todas as nossas necessidades básicas são satisfeitas, nosso apetite de progresso não diminui.
Apenas nos desviamos das coisas de que precisamos para as que desejamos. E esse é o momento em que entramos no mundo do subjetivo. Os desejos são mais difíceis de definir. E mais fáceis de confundir.
Nossas necessidades básicas foram satisfeitas há muito tempo, mas nossa fome de progresso nem começou a diminuir. Estamos de tal modo absortos no esforço de ficar ricos que não reconhecemos mais quando somos ricos.
Da próxima vez que faltar água no seu bairro, lembre-se de que muita gente, a maioria mulheres, carrega cântaros em cima da cabeça por centenas de metros para conseguir água só para beber e cozinhar. Não são capazes nem de imaginar um lugar em que exista tanta água sobrando a ponto de ser borrifada no jardim de uma casa.
A moral da história? “Rico” é um alvo relativo. Não importa quanto dinheiro tenhamos ou ganhemos, é provável que nunca nos consideremos ricos. O maior desafio que enfrentam os ricos é terem perdido a capacidade de reconhecer que são ricos.
Quando encontramos pessoas mais ricas do que nós, costumamos concluir que são mais inteligentes também. Quando falam, ouvimos com mais atenção. Damos um peso maior a suas opiniões. E, em se tratando de tomada de decisões, os pontos de vista delas recebem consideração pecial. No entanto, mais rico não quer dizer mais inteligente. Quando as pessoas ficam ricas de repente, quase nunca são boas nisso. Talvez seja falta de prática. Montes de atletas profissionais ficam ricos de uma hora para outra e costumam ser terríveis nisso.
Um estudo com ganhadores de loterias demonstrou que quase metade gasta o prêmio inteiro em cinco anos. Cinco anos! Enquanto alguns ricos são ruins em guardar seu dinheiro, quase todos são ruins em demonstrar generosidade com ele. Estudos mostram que quanto mais rico se é, menor a porcentagem de dinheiro que se doa.
Capítulo 2 Curva de aprendizado
Ser bom em ser rico não é só uma questão de decidir o que fazer com o dinheiro. Você também deve se preocupar com o que seu dinheiro está fazendo com você — ou, para ser mais exato, a você.
O dinheiro mexe com as pessoas. Quanto mais a pessoa possui, maior seu potencial para adquirir um senso de realidade distorcido e maior a probabilidade de perder o senso de equilíbrio.
Paulo é bastante específico ao escrever que o dinheiro age de duas formas sobre as pessoas: torna-nos arrogantes e, com o tempo, passa a ser nossa principal fonte de esperança, dando-nos a impressão de que somos autossuficientes.
Por que somos arrogantes?
Quando seu patrimônio líquido é enorme, faz todo sentido que seu valor próprio também se torne exagerado.
À medida que seu patrimônio cresce, no entanto, seu senso de autoestima tende a crescer junto.
Administração e planejamento financeiros são importantes. Supõe-se que sejamos responsáveis com nosso dinheiro. Temos de cuidar de coisas como seguro de vida, poupança e aposentadoria. Só precisamos imaginar um jeito de fazê-lo sem depositar nossa esperança na riqueza.
Por fim, começaremos a acreditar que existe uma quantidade de dinheiro grande o suficiente para cuidar de nós pelo resto da vida.
Na realidade, não há quantia de dinheiro capaz de nos proteger de tudo.
O livro de Provérbios vai mais além, pintando o quadro do que pode acontecer quando a nossa esperança migra. Na verdade, o autor do livro conclui que preferiria não ser rico para evitar essa ameaça. Diz ele: “[…] não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário. Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o senhor?’ ” (Provérbios 30.8,9).
A riqueza tem efeitos colaterais bastante poderosos. Se fosse remédio que se compra na farmácia, teria avisos em negrito impressos no rótulo. Cuidado: pode causar arrogância. Sob o efeito deste remédio, deve-se tomar cuidado extra para não ofender as pessoas. Se utilizado durante períodos prolongados, pode causar danos à percepção, levando o usuário a depositar sua esperança nela.
A maneira de contrabalançar os efeitos colaterais da riqueza… de evitar ser arrogante e depositar a esperança na riqueza… é depositá-la em Deus.
Mas, existem ricos diferentes, não importa quanto sejam ricas, não confiam na riqueza. Confiam em Deus.
Capítulo 3 Pressuposto de consumo
Temos tudo de que necessitamos. Mas perdemos de vista o motivo pelo qual necessitamos de tudo isso. Jesus ensinou a seus seguidores uma definição bem interessante de ganância. Disse ele que ganância é o pressuposto de que tudo que é depositado nas nossas mãos é para nosso consumo.
Jesus anunciava um novo paradigma para os tempos em que nos descobrimos com algum dinheiro extra.
Sempre que dispomos mais do que necessitamos, nosso pressuposto natural será de que é para consumo próprio. Mas essa mentalidade está errada. E, de um jeito prático, Jesus expôs a falha nesse modo de pensar. Se simplesmente estocarmos para nós mesmos e não formos ricos para com Deus, então tudo que possuímos será um completo desperdício.
Para evitar ser arrogante, para impedir a migração da esperança e para se esquivar do pressuposto de que tudo existe para o seu consumo, você deve perseguir uma vida de generosidade. Isso não é só uma coisa boa a fazer. Não é uma dica sobre como ser uma boa pessoa. É uma prevenção contra os efeitos colaterais da riqueza.
Capítulo 4 Planejando com antecedência
Quando se avalia tudo que Jesus ensinou sobre ser generoso, aparecem três temas comuns. Talvez haja mais. Essas três ideias, porém, nos fornecem um grande retrato de como ser generoso e como neutralizar os efeitos colaterais da riqueza. Chamo-as de três Pês.
PRIORIDADE: a generosidade não depende nada das finanças. Por mais contraditório que pareça, a generosidade começa onde quer que você esteja. É esse o significado de torná-la uma prioridade.
Ao fazer da doação uma prioridade, algo acontece no seu interior. Em especial quando fazê-lo representa um desafio financeiro.
PORCENTAGEM: é um reflexo muito melhor para indicar se você tem o controle sobre o seu dinheiro ou se é ele que o controla. A porcentagem importa mais que a quantia.
Quanto você deve doar? Depende do quanto você deseja se proteger dos efeitos colaterais da riqueza.
PROGRESSÃO: aumentar a porcentagem. À medida que sua situação financeira mudar ao longo da vida, mude a porcentagem das doações no mesmo ritmo. Vida não é estagnação. É progressão por natureza. E sua doação também deve ser progressiva.
A generosidade não é só algo que você pratica quando tem mais. É um exercício constante para que você saiba o que fazer quando tiver mais.
Quando seu objetivo é acumular riqueza e evitar perdê-la, você também tende a evitar doar porque dá a sensação de estar perdendo alguma coisa. Mas então você vê um comercial mostrando um punhado de crianças morrendo de fome na África, ou passa por um sem-teto pedindo comida na rua. Em um ato espontâneo, reage com generosidade. Nessas situações ocasionais, qualquer um pode se sentir culpado ou ser coagido a praticar um gesto de bondade. Mas dificilmente isso constitui um plano para manter os efeitos colaterais da riqueza sob controle.
Paulo nos mandou ser generosos não porque quisesse nosso dinheiro, mas porque não queria que nosso dinheiro nos possuísse. Como já dissemos, generosidade é mais do que o simples gesto de dar alguma coisa. Assim como a riqueza tem efeitos colaterais negativos, abrir mão da riqueza tem efeitos colaterais benéficos. A generosidade é o antídoto para os efeitos estonteantes da riqueza.
Capítulo 5 Lucro maior
As duas vantagens fundamentais de ter dinheiro sobrando são a capacidade de comprar coisas que não estavam programadas e o luxo de assegurar o futuro poupando mais dinheiro. O tipo de generosidade de que Jesus fala acaba interferindo nas duas coisas. Há um conflito de vontades. Teremos de dizer não a ele, ou a nós mesmos.
Verdade seja dita, se adotar a generosidade extravagante, você será forçado a dizer não a seu apetite por mais coisas, mais status e mais segurança. Por falar em mais, adoro o que meu amigo Justin Grunewald costuma dizer: “O vocabulário dos apetites só tem uma palavra — MAIS”. Verdade, não? Aqui está por quê. E isso tem uma importância extraordinária. Os apetites nunca são plena e cabalmente satisfeitos.
Seu apetite por mais coisas, status e segurança tem o potencial de anular seus esforços para ser generoso. E isso é um problema. Um problema de gente rica.
A generosidade não acontece naturalmente. Dizer não a nós mesmos não é intuitivo. Pelo que tudo indica, quanto mais tivermos, mais seremos controlados por nosso apetite insaciável de possuir mais, o que não faz sentido, na verdade. Seria de imaginar que, quanto mais temos, menos haveríamos de querer. Ah, mas não é assim que funcionam os apetites.
Em que estágio da vida você se sentiu mais contente com o que tinha?
Talvez seja nos momentos em que você tinha menos do que hoje.
Lutar pelo contentamento, buscá-lo e abraçá-lo sempre resulta em lucro. Sempre. Em múltiplos níveis.
A consciência alimenta o descontentamento. Mas também pode ser usada para contê-lo e domesticá-lo.
Quantas vezes você entrou em uma loja para comprar um item específico e saiu com a sacola cheia? Mais do que é capaz de se lembrar. Passando pelos corredores, avistou algo de cuja existência nem sabia e, em menos tempo do que precisou para tirar o produto da prateleira, convenceu-se de que na verdade necessitava daquilo. Não apenas o desejava. Nosso cérebro pula o desejo e vai direto para a necessidade. Impressionante, não? Na verdade, assustador. Enxergar é necessitar. Esse é o poder da consciência.
Quanto mais elevada a consciência, mais forte o descontentamento e melhores as vendas.
Hoje, não substituímos o que temos quando quebram. Fazemos isso quando lançam um modelo mais novo da mesma coisa que já possuímos. Nós atualizamos. E quando isso acontece? Quando tomamos consciência de que uma atualização está disponível.
Cada decisão nossa de gastar e de poupar é tomada dentro de uma estrutura de consciência. Para sermos bons em ser ricos, precisamos ampliar essa estrutura. Devemos criar o hábito de enxergar além do nosso bairro, da nossa escola e do nosso atual plano geográfico de referência. Senão, acabaremos com a consciência limitada a nossas experiências individuais.
Você sente falta do dinheiro mal gasto. Sente falta do dinheiro que desperdiça ou investe mal. Mas nunca sente falta do dinheiro dado para satisfazer uma necessidade da vida de outra pessoa.
Por exemplo, fique longe do shopping! Suspenda uma ou duas assinaturas de revistas. Cancele o recebimento de catálogos eletrônicos. Falte à feira de utilidades domésticas, de barcos ou de armamentos neste ano. Pare de se expor sem necessidade a ambientes que o deixam descontente com o que tem. Procure maneiras de se tornar menos ciente do que não tem e não necessita. Agindo assim, você alavancará o poder da consciência a seu favor. Torna mais fácil dizer não a si mesmo e sim a quem poderia se beneficiar da sua generosidade.
Capítulo 6 O mito da propriedade
Quando o assunto é dinheiro, existem muitos objetivos que uma pessoa pode ter.
Os objetivos podem ser sustentar a família, ganhar tanto dinheiro quanto possível, poupar tanto quanto possível, gastar bem o dinheiro…
Não importava quem tinha o quê, no fim tudo pertencia a Deus.
Se você tivesse de perseguir uma única meta para tudo que possui, ela deveria ser esta: honrar a Deus. Sirva a esse objetivo único, e tudo o mais automaticamente se encaixará.
Portanto, na verdade só estou “dando” o que já lhe pertence. Sempre que dou algo a Deus, é só simbólico. A ideia de que “damos” alguma coisa a Deus não passa de um mito. Devemos honrar a Deus não com uma porcentagem, mas com tudo que temos. Não é 10%. É 100%.
Se a ideia de entregar tudo a Deus o deixa um pouco nervoso, saiba que não está sozinho. Mas veja do que eu gostaria que você se lembrasse. Deus não quer tirar seu dinheiro; ele só não quer que seu dinheiro tome conta de você.
Em primeiro lugar, ele não necessita da sua permissão para tirar suas coisas. Já são dele, de qualquer forma. Em segundo lugar, Deus é um doador, não um tomador. Ele não enviou seu filho, Jesus, para cobrar de todos que lhe deviam. Ele enviou Jesus para dar a vida em seu lugar. Ao chamar você para reconhecê-lo como proprietário de tudo o que você tem, mais uma vez ele deseja dar algo a você: a liberdade e a paz que nos alcançam quando abrimos mão. Você sabia que quanto mais você se apega ao que possui, menos paz tem?
Capítulo 7 Pode acontecer de novo
A marca registrada dos cristãos no século I não era a riqueza, coisa que não possuíam em absoluto. Tampouco a teologia. O que os impulsionou foi a compaixão e a generosidade inexplicáveis.
A generosidade tinha tudo a ver com fazer aos outros para que os outros pudessem fazer por você. Em consequência, as pessoas que tinham mais também recebiam mais. E quem não tinha nada? Não recebia nada.
Em suma, era uma economia baseada na reciprocidade.
Isso explica a situação desesperadora de viúvas e órfãos. Eram miseráveis e impotentes. Não existia o menor incentivo para ajudá-los. Quase se podia garantir que você não receberia nada em troca. O senso comum dizia que ajudar uma viúva ou um órfão representava um desperdício completo de tempo e/ou dinheiro. Você jamais receberia nada em retribuição. Portanto, ninguém o fazia. E ninguém se envergonharia de você por tomar essa posição. Então apareceu Jesus.
No Reino de Jesus, as pessoas dariam e não esperariam retribuição. No Reino de Jesus, as pessoas emprestariam sabendo que talvez nunca recuperassem o dinheiro. No Reino de Jesus, você faria pelos outros o que eles não poderiam fazer em seu favor.
Sempre que as pessoas estivessem em posições de poder, autoridade ou influência, não deveriam utilizá-las em benefício próprio. Em vez disso, deveriam empregá-las para o bem de quem tivesse menos poder, autoridade e influência. Depois de lavar os pés dos presentes, disse-lhes que fizessem o mesmo a outros.
A generosidade mudou o mundo uma vez. O que aconteceria se a igreja se tornasse conhecida por uma generosidade inexplicável de novo?
O melhor ministério que podemos oferecer em nome do Senhor não é explicar nossa teologia. É estender nossa generosidade. Pois foi o que nosso Pai celestial fez por nós. E é o que ele nos pediu para fazer também.