Resumo do Curso Práticas de Alfabetização
Você sabia que o Ministério da Educação (MEC) desenvolveu diversos cursos online e gratuitos para os professores? Tem até certificado ao terminar. Milhares de alunos fizeram, aproveite!
Ele foi dividido em 8 módulos: Aprendendo a ouvir, Conhecimento alfabético, fluência, vocabulário, compreensão e produção de texto. A cada capítulo, tem vídeos para demonstrar a prática e uma ficha de acompanhamento para fazer com os alunos.
Estratégias de ensino para avaliar a efetividade das abordagens ao ensinar a ler
Módulo 1: Introdução
A presente iniciativa é uma forma de o Governo Federal cumprir o disposto na meta 5 do Plano Nacional de Educação — PNE: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.
O ano, o que é esperado do aluno, como lidar… O professor tem liberdade de aplicar o conteúdo de acordo com seu contexto.
Tem o que o professor demonstra, modelagem pelo exemplo, professor e aluno praticam juntos e depois praticam com o aluno e prática individual.
Ex: Consciência de sílabas, mostrar fichas de recursos.
Para aprender a ler e escrever bem, o primeiro passo é sabermos ouvir bem.
Utilizar frases, versos, rimas.
- Consciência fonológico: Chave para aprender a ler línguas ortográficas alfabéticas.
- Consciência fonêmica: Relacionada com a aprendizagem da leitura e da escrita alfabética.
1) Discriminar os sons: o princípio alfabético é saber distinguir sons. Identificar o timbre e a posição da fonte sonora é habilidade indispensável para que os alunos desenvolvam a sensibilidade de distinção sonora.
Ex: combinar para uma criança bater uma palma.
Ex 2: professor pede para fecharem os olhos, e faz emite som do apito, e pede para apontarem. Fazer isso com o chocalho.
Ex 3: Alunos praticam em conjunto.
2) Consciência de palavras: contar palavras nas frases com ajuda dos dedos. Pratica várias vezes.
3) Consciência de sílabas: Agora que as crianças têm consciência das palavras, vamos dar um passo além e ensiná-las que as palavras também podem ser subdivididas em segmentos menores: as sílabas.
Bater palmas é uma estratégia eficaz e muito utilizada no cotidiano da sala de aula. Outra estratégia também eficaz, mas silenciosa, é apoiar o queixo sobre a ponta dos dedos indicador e médio. As crianças devem pronunciar a palavra e contar os movimentos do queixo para descobrir quantas sílabas a palavra tem.
4) Consciência de aliterações: Temos aliterações quando duas ou mais palavras têm sons consonantais parecidos, geralmente no começo.
Ex: lata, lua, lado e louça. Rato roeu a roupa do rei de roma.
Um exercício muito divertido e participativo é pedir palavras aliteradas com o som inicial dos nomes dos alunos. Mas atenção, faça isso apenas se você já tiver exemplificado em aula.
Trava-línguas são ótimos recursos para apresentar como funciona a aliteração às crianças
5) Consciência das rimas. Ex: queijo e beijão, limão e botão, lata e pata, cadeira e madeira.
6) Isolamento de sons: identificar o primeiro e o último som das palavras. Ex: mola, foca, selo, vida, lata, sopa… reconhecer sons individuais.
7) Síntese dos sons: união dos sons de cada letra.
8) Segmentação dos sons: dividir as palavras em seus sons individuais, pronunciando as sílabas lentamente.
9) Substituição de sons: ex: cola => bola. gato => mato;
Módulo 3: Conhecimento alfabético: conhecer as regras que relacionam os sons da fala e os grafemas da escrita.
Sistema alfabético: representa que as letras tem sons da fala.
Educação infantil: saber as letras e os sons, escrever o próprio nome e de alguns colegas, estabelecendo a relação entre grafema (letras) e fonema (e o que é falado).
1. Nomeação de letras e Relação letra-som: de forma divertida com imagens.
Os sons falados (fonemas) são representados por letras (grafemas).
Ficha com os animais: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/CA_02_letra_som.pdf
- identificar as formas maiúsculas e minúsculas, o nome e o som das letras; e
- reconhecer a ordem alfabética e a posição de uma letra em relação a outra, habilidades importantes para o uso de dicionários e de bibliotecas, por exemplo.
- repita o som da letra sempre que possível, apontando para cartões ou figuras.
- apresente, em cartões, outras palavras e imagens que comecem com a relação letra-som ensinada.
- aponte para as palavras e peça que as crianças digam o nome e o som das letras.
- ao ler uma história, destaque alguns sons e mostre as respectivas letras.
2. Regras de ortografia: letras que mudam o som depois do que vem dela.
Ex: L no fim das palavras com som o u, h que não tem som, s no meio da palavra com som de z.
3. Leitura de palavras pelos sons de cada letra e fazendo a junção. Ex: fofo, ovo, vaca, copo…
Ficha: https://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/sealf/curso/5401/unidade/2821/acessar
4. Leitura de palavras com sinais ortográficos: três sinais ortográficos: acento agudo (faz ó, som aberto), acento circunflexo (faz ô, som fechado) e til (deixa o som nasalado).
Os acentos circunflexo e agudo mostram a sílaba tônica da palavra, ou seja, a sílaba mais forte. Com o acento circunflexo, a letra fica com som fechado, como em vovô, purê, metrô, crochê. Colocamos esse sinal somente nas vogais A, E e O. Com o acento agudo, a letra fica com o som aberto, como em jiló, sofá, jacaré, cipó. Esse sinal é colocado nas vogais A, E, I, O e U.
O til não é um acento. Na língua portuguesa, coloca-se o til nas vogais A e O. Isso faz com que, ao lermos uma palavra com esse sinal, o som saia pelo nariz e pela boca, ou seja, a letra fica com som nasal, como em maçã, mão, balões e põe.
5. Leitura de frases. O gato é fofo. O galo é belo. A vaca come feno. A bola é roxa. A vida é bela.
6. Criação de palavras: trocando a letra, troca-se o som, gerando uma nova palavra. Vamos fazer com que as crianças brinquem com essas trocas e encontrem novas palavras.
Exemplos: foca -> oca -> ocas -> tocas.
Módulo 4: Fluência e leitura oral
A fluência em leitura oral é a habilidade de ler um texto com velocidade, precisão e prosódia (entonação adequada).
Em sala de aula, a fluência é desenvolvida, individual e coletivamente, pelo incentivo à prática da leitura em voz alta e da modelagem da leitura fluente.
- Leitura de texto com expressão clara: fazer pausas curtas ou longas, As crianças devem aprender quando fazer as pausas e com qual entonação pronunciar as palavras, utilizando as barras.
2. Leitura compartilhada: Leia em voz alta diariamente para seus alunos. Ao ouvirem bons modelos de leitura fluente, eles entenderão como a voz pode ajudar a dar sentido ao texto. Fazer vozes engraçadas.
3. Leitura com o parceiro: as crianças podem contribuir umas com as outras, ao avaliarem seus pares e serem avaliadas por eles quanto à leitura. Na ficha tem a velocidade, nome do leitor e outros fatores. Ex: convidar um aluno para ler triste e alegre.
4. Leitura independente: Os textos devem estar no nível de leitura independente. Para isso, escolha aqueles com palavras que seus alunos consigam decodificar. Um texto está no nível de leitura independente quando as crianças podem lê-lo e acertar cerca de 95% das palavras. A poesia é especialmente adequada à prática da fluência, porque os poemas infantis são frequentemente curtos e contêm ritmo, rima e significado, tornando a prática fácil, divertida e gratificante.
Módulo 5: Desenvolvimento do vocabulário, as crianças recorrem que já ouviram, e ler uma palavra desconhecida é mais difícil. Crianças com maior vocabulário tem maior facilidade para aprender a ler.
- Detalhando frases: começa com um substantivo, acrescenta verbo, lugar.
À medida que você mostra que as frases detalhadas ficam mais interessantes, as crianças serão estimuladas a utilizar outras palavras e a expressar mais ideias.
Ex: a flor vermelha cresce no jardim. Ou a flor desabrocha lá fora.
2. Identificação de categoria: os alunos devem saber que mesa, cadeira e fogão são objetos, e que vermelho, azul e verde são cores. Ex: categorias animal e não animal ou pessoa, lugar ou coisa. Categorizar, portanto, consiste em organizar, em grupos ou em classes, os elementos que possuem atributos em comum.
3. Novo vocabulário: Ensinar uma nova palavra. Ex: encantador.
Quanto mais vemos, ouvimos, usamos palavras específicas, melhor as aprendemos. Não é suficiente o contato com a palavra apenas uma vez. Para reforçar a aprendizagem, é essencial a exposição frequente e o uso em diferentes contextos, de modo que a quantidade e a qualidade vocabular se equilibrem. O desenvolvimento consistente de vocabulário requer repetição.
Dicas de palavras: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/VO_03_00_recursos.pdf
4. Completando frases
Material de apoio: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/VO_04_00_recursos.pdf
5. Utilização do contextos para compreender palavras: as crianças utilizarão o contexto para identificar palavras que têm a mesma grafia e pronúncia, mas significados diferentes.
Material de apoio: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/VO_05_00_recursos.pdf
Módulo 6: Compreensão: Envolve extrair os significados, identificar as mensagens implícitas e explícitas, conhecer a intenção do autor e relacionar o texto às informações já sabidas.
É possível ler sem entender.
- Recontagem de histórias e expressão oral: estimula a memória e melhora a atenção.
A recontagem de histórias é uma ferramenta importante para o professor verificar, de forma muito simples e direta, a compreensão de seus alunos. A depender da profundidade e fidedignidade do reconto, tem-se uma ótima avaliação do nível de compreensão.
2. Identificação de elementos da história: os personagens, os cenários, as ações. Pedir para os alunos desenharem os elementos.
Material complementar com as histórias: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/co_02_00_recursos.pdf
3. Identificação da ideia principal: identificar e descrever a ideia principal de uma história.
Material complementar: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/co_03_00_recursos.pdf
4. Perguntas sobre o texto: Utilizamos as expressões “quem”, “o que”, “onde” e “quando”. Essa é uma forma fácil e eficiente de extrair boas informações sobre a leitura. Pode usar cartões para ajudar.
Material complementar: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/co_04_00_recursos.pdf
5. Identificação de gêneros e estrutura de texto: Características da carta, destinatário, remetente (quem envia), endereço, selo.
- Os gêneros textuais diferem dos tipos textuais. Narração, descrição, dissertação e injunção são tipos textuais. Porém, como visto, são gêneros a carta, a biografia, o conto, o e-mail, a notícia, a receita, entre outros.
Material complementar: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/co_05_00_recursos.pdf
6. Identificação de detalhes: é preciso compreender, além da ideia principal, os detalhes.
Reler o texto quando não lembram todos os detalhes.
Material complementar: https://avamec.mec.gov.br/ava-mec-ws/instituicao/sealf/conteudo/modulo/1941/assets/downloads/adicionais/co_06_00_recursos.pdf
Módulo 7: Produção de escrita, o objetivo é ler com compreensão e escrever de forma independente.
Estímulos da coordenação motora fina, grafia compreensível e legível, estratégias para escrever palavras e textos.
Nível da escrita: caligrafia (letra), ortografia (palavra), consciência sintática (frases) e escrita e redação (texto). Desenvolver a linguagem oral é essencial para aprender a escrever.
Para redigir: organizar o pensamento e traduzi-lo em palavras, respeitando as regras.
- Escrita emergente: brincando de escrever formas, eles desenvolvem força nos braços, nas mãos e nos dedos. Além disso, treinam a percepção visual e a coordenação motora.
Em um primeiro momento, as crianças aprendem por imitação. Por isso, é importante apresentar-lhes frequentemente diferentes traçados, para que vejam e acompanhem. Mas sempre mostre a elas o que será feito.
Desde cedo, é preciso também atentar para a postura. Corrigi-la pode ser muito difícil no futuro.
Instrua os alunos a se sentarem com o tronco reto, na cadeira, e a não se deitarem sobre o papel. Pernas devem estar flexionadas, em 90º, e os ombros, relaxados. A mão não dominante repousará sobre a carteira, e, assim, o papel será fixado.
Na outra mão, o lápis deve ser “pinçado” pelos dedos e segurado firmemente. Oriente os estudantes a manterem a posição e a não soltarem o lápis enquanto estiverem escrevendo.
Esta estratégia é fundamental para que as crianças tomem consciência da postura, dos espaços no papel e da direcionalidade da escrita. Elas vão adquirir mais força e desenvolver a coordenação motora fina. Por essa razão, pratique, com bastante frequência, essa atividade. Use linhas retas e curvas, traçadas ou pontilhadas.
2. Escrita de letras: pedir a letra A bastão maiúscula, pedir a minúscula cursiva… e ir seguindo o que já está escrito.
É interessante ensinar primeiro as maiúsculas de fôrma, pois são maiores e mais simples. Como atividade preparatória, o professor e os alunos podem escrever juntos a letra no ar. É um ótimo exercício para desenvolver a coordenação motora grossa.
Em seguida, cada etapa do traçado pode ser explicada, enquanto é desenhada grande no quadro. Desse modo, os estudantes observarão bem os detalhes e acompanharão passo a passo.
Após os alunos aprenderem a grafar em tamanho grande, devem treinar traços mais finos. Pode-se diminuir progressivamente a pauta, para o traço ficar cada vez menor. Esse exercício é importante, pois contribui, em especial, para a psicomotricidade.
Superada essa fase, os estudantes devem ser incentivados a utilizar letras cursivas, as quais permitem maior eficiência na escrita. Elas podem ser ensinadas de várias maneiras, em diferentes ordens. O professor é a pessoa mais apropriada para verificar o que se aplica melhor à sua turma.
Somente com muita prática, o aluno escreverá fluentemente. Com o tempo, a atenção não estará mais concentrada no traçado das letras, mas em aspectos mais importantes, como vocabulário, ortografia, sintaxe e estrutura textual. A memória ficará liberada para o conteúdo da escrita.
Esteja atento à evolução de cada criança. São comuns dificuldades no traço, na direção e na forma da letra. O segredo é praticar constantemente, da melhor maneira possível. No início, tente trabalhar a grafia todos os dias, por pelo menos dez minutos. Exercícios para casa também são ótimos para acelerar a aprendizagem. Em breve, os alunos estarão craques!
3. Escrita de palavras: Apresente primeiro as mais simples e, ao longo do tempo, as mais complexas, em uma gradação adequada à turma.
Essa progressão — letra, sílaba e palavra — não é tão simples. Cada etapa precisa de novas trilhas neurais, diferentes de todas com as quais a criança está acostumada. Tais operações não acontecem de uma hora para outra, mas com muito treino. Por isso, esta estratégia deve ser repetida com frequência e com variações.
4. Ditado de palavras: as crianças associam a audição à escrita, refletem sobre as palavras e praticam as regras ortográficas.
O ditado é importante para verificar a aprendizagem. Mas é eficiente, também, como estratégia de ensino, o que significa dedicar tempo à correção. Neste caso, sugere-se: primeiro, avaliar prontamente os erros e os acertos, pois o feedback imediato do professor é excelente para consolidar a ortografia; e, em seguida, de forma mais aprofundada, justificar e explicar a grafia das palavras mais dificultosas.
Como fazer ditado:
o professor diz a palavra;
o professor diz uma frase com a palavra;
os alunos repetem a palavra;
os alunos escrevem no caderno a palavra;
o professor escreve no quadro a palavra;
se o aluno errar, deverá riscar no caderno a palavra e reescrevê-la corretamente.
5. Escrita compartilhada: o professor guiará a turma por perguntas e escreverá no quadro as respostas, para que os alunos vejam e, assim, aprendam sobre direcionalidade, espaçamento entre as palavras e concatenamento de ideias.
A escrita conjunta é interessante por vários motivos. Depois que a primeira narrativa estiver pronta no quadro, os alunos ganharão confiança. Com os exemplos do professor e dos colegas, as crianças também aprenderão a raciocinar sobre como elaborar os textos. Além disso, serão incentivadas a trocar ideias, aumentando a autoestima.
Com tempo e prática, os estudantes se habituarão à criação textual e estarão prontos para redigir sozinhos.
6. Oficina do escritor: Trabalharemos a escrita em conjunto: perguntas serão feitas, e cada criança escreverá no papel as próprias respostas, criando assim um breve texto.
Quem, onde, o que ela foi fazer, e o que aconteceu.
7. Escrita independente: Chegou a hora de os alunos escreverem mais livremente. Contar uma história que você viveu. Nesta estratégia, os elementos da narrativa são quatro: personagens, que são pessoas, animais ou coisas; ações, que são feitos ou acontecimentos; cenário, que é o lugar e o tempo; e fim, que é o desfecho. Portanto, perguntaremos, para orientar a turma: “Quem?”; “Quais ações?”, “O que aconteceu?”; “Onde?”, “Quando?”; e “Qual o fim da história?”
Trabalhe oralmente todos os elementos. Uma vez consolidados, o aluno será capaz de escrever sozinho. Os gestos também são importantes. Você pode empregá-los para auxiliar as crianças a se lembrarem das partes da história.
Antes de iniciar a produção textual, relembre à turma alguns aspectos importantes:
Começar com título
recuar a primeira linha do parágrafo;
começar com letra maiúscula as frases;
terminá-las com ponto-final, ponto de interrogação ou ponto de exclamação; e
escrever todas as partes da história.
Para se considerar alfabetizado, é preciso saber expressar através escrita.