Lido há alguns anos e julho de 2020

Segredos do bem-estar emocional

Capítulo 1 – Saúde também é coisa da sua cabeça

Quem nunca se sentiu sobrecarregado de tarefas e incapaz de lidar com tantas coisas ao mesmo tempo? Quem nunca teve vontade de jogar tudo para o alto e fugir para uma ilha deserta? Saiba que agora mesmo, milhões de pessoas sofrem sob o peso de uma terrível carga emocional. Ansiedade, estresse e depressão são as primeiras palavras de um imenso dicionário de problemas e transtornos emocionais.

A força do pensamento, querer é poder? Muitas coisas que fazemos, emoções que sentimos e até doenças que sofremos têm sua origem nos pensamentos.

Todos nós somos donos de nossos pensamentos. E, com tais, com maior ou menor dificuldade, podemos nutri-los, dirigi-los, expandi-los, reduzi-los ou rejeitá-los. Muitas pessoas sabem o que fazer quando sentem alguma indisposição física, um resfriado, dor de cabeça ou de estômago. No entanto, poucos sabem o que fazer quando se sentem ansiosos, preocupados, nervosos, irritados ou impacientes. São estados de ânimo tóxicos que devem ser combatidos.

No livro The Healthy Mind mostra evidências dos benefícios do pensamento otimista e da sensação de controle sobre algumas áreas da saúde:
a) Sistema imunológico – A saliva humana contém substâncias químicas que nos
protegem das infecções. Os níveis de proteção dessas substâncias são mais eficazes
nos dias em que nos sentimos felizes e satisfeitos do que quando estamos tristes.
b) Câncer, longevidade e saúde – Um grupo de pacientes com câncer foi ensinado a pensar de forma positiva e relevante. Eles também aprenderam técnicas de relaxamento e estudos mostram como isso ajuda no tratamento.

Uma forma de conseguir o estilo otimista de pensar é rejeitar os pensamentos negativos e substituí-los por opções positivas.

Áreas a se considerar:
Pensamento positivo sobre si mesmo – Procure não formar seu autoconceito comparando-se a personagens da televisão e da vida pública. Todos apresentam uma imagem irreal. Reconheça suas limitações e faça algo para melhorar.
Pensamento positivo sobre o passado – O passado não pode ser mudado. Você deve aceitá-lo, mesmo com os acontecimentos desagradáveis que ocorreram.
Não culpe o passado pelas dificuldades do presente. Isso é totalmente inútil. Nunca se preocupe com o que aconteceu de desagradável. Esqueça-se das “coisas que ficaram para trás” e avance “para as que estão adiante”, pois existe um grande propósito para sua vida (Filipenses 3:13, 14).
Pensamento positivo sobre o futuro – O futuro pode mudar. Sua atitude de hoje afeta o sucesso de amanhã. Pensa na esperança do amanhã e estará aumentando sua chance de ser feliz. E, se houver algo negativo que possa ocorrer, faça planos agora para preveni-lo em vez de se angustiar. Alguém se interessa por você e por suas ansiedades (1 Pedro 5:7).
Pensamento positivo em relação ao ambiente e às pessoas – Coloque os “ óculos de tolerância” e observe ao redor. Embora nem tudo seja perfeito, existem também coisas belas e experiências agradáveis. Não julgue as pessoas, mas confie nelas e as respeite. Aprecie o que fazem de bom. Procure entender seus problemas e ajude-as. Assim, sua atitude causará satisfação. Essas atitudes promovem uma nova experiência nos relacionamentos.

O pensamento otimista é uma opção excelente para conservar a saúde mental e alcançar metas, mas não dá para crer que tudo se resolve com o pensamento. O otimismo, embora útil, é limitado em certas circunstâncias: a morte de um familiar, uma catástrofe natural ou um diagnóstico médico grave. Na prática, é impossível ter um pensamento otimista quando estamos muito amargurados ou em situação crítica.

Capítulo 2 Ansiedade: excesso de futuro

Alguns dizem que ansiedade é excesso de futuro, depressão é excesso de passado e estresse é excesso de presente. Nos grandes centros urbanos, uma em cada três pessoas sofre de ansiedade. Infelizmente, as condições da vida atual parecem favorecer esses problemas que trazem muito sofrimento aos portadores dessas doenças, assim como a seus familiares

Como prevenir e superar a ansiedade
1) Fale sobre seus problemas: Procure pessoas de confiança.
2) Pratique o relaxamento: é indispensável saber conseguir relaxar de maneira sistemática e habitual.
3) Use a respiração como meio de evitar a tensão: exercícios de respiração pausa e profunda podem ajudar.
4) Alimente-se adequadamente: evitar a hipoglicemia e se alimentar de proteínas no desjejum são atitudes que mantêm o equilíbrio bioquímico do organismo e previnem os pensamentos ansiosos.
5) Procure grupos de ajuda
6) Parada do pensamento: Se, por exemplo, o motivo da ansiedade for o medo de contrair uma doença fatal, identifique os pensamentos relacionados a esse temor (digamos, a doença de um familiar) ou qualquer ideia que dê início a uma cadeia de preocupações que acabem ocasionando ansiedade.
No primeiro indício de aproximação desse pensamento, diga “não!” e pense em outra coisa ou realize uma atividade que possa distrair a mente.
7) Dessensibilidade sistémica: repensar um problema em outro momento até encarar situação real.

Causas profundas da ansiedade
Sabe-se por experiência que a insegurança e a sensação de fracasso são causas profundas da ansiedade, e as duas tem relação com baixa autoestima. Ela vem do medo do futuro. Ninguém sabe o que acontecerá amanhã.

Somente Deus conhece o futuro. Isso tem levado muitas pessoas a colocar sua fé e confiança no Todo-Poderoso que ama e protege aqueles que O aceitam.

O tratamento divino tem três aspectos:
Individual – A pessoa precisa exercer influência sobre sua vida interior, refletindo sobre o fato de que a vida não se resume a nascer, viver e morrer.
Essa reflexão abre espaço para uma perspectiva que vai além do aqui e agora. Ela inclui a compreensão do destino da família humana e, especialmente, do plano de Deus para a salvação eterna, como é explicado na Bíblia.

Social – Não é somente pela adoração em comunidade e pelas palavras de outras pessoas que Deus pode intervir. Ele também faz isso pelo exemplo e pela atitude que essas pessoas demonstram. O Espírito Santo pode usar essas pessoas para fazer sua “terapia”. Finalmente, seria bom dizer que Deus também pode usar profissionais qualificados capazes de utilizar técnicas e estratégias que podem ser abençoadas por Deus para que surtam efeito.

Divino – O aspecto divino abrange o relacionamento pessoal entre o ser humano e Deus. Encontra seu maior apoio na oração. A oração, mais que a repetição de frases, consiste em falar com Deus como a um amigo e conselheiro; é falar dos temores, ansiedades, dúvidas e problemas, como também agradecer ao Criador as coisas boas da vida. A oração sincera tem ajudado muitos a crescer na fé, o que é incompatível com a ansiedade e a incerteza. Fé, na realidade, significa confiança em Deus. Quanto mais conhecemos Deus, por meio da oração e do estudo da Bíblia, mais desenvolvemos essa confiança e mais nossa fé se fortalece.

Capítulo 3 Depressão: excesso de passado

As causas da depressão variam muito. Às vezes, são até difíceis de ser identificadas.

Somente quem enfrentou ou enfrenta um quadro depressivo consegue entender o que significa perder o sono sem motivo aparente ou dormir mais de 12 horas seguidas, sem vontade de acordar; chorar muito e sem motivo “justificável”; não ter capacidade de fazer aquilo de que mais gosta, sentindo-se incapaz, inapto; ter maus pensamentos e perder a vontade de viver; alimentar senso de culpa por coisas sem importância, bem como a sensação de fracasso; viver trancado dentro de si, em meio a sombras. Na verdade, isso significa não mais viver, apenas existir. Nesse ponto, pensamentos suicidas não são incomuns.

Sofrer um grande desgosto, ter preocupação excessiva ou sentir-se estressado pelo excesso de trabalho não significa necessariamente estar com depressão. Entretanto, essas alterações emocionais podem ser o início dela, e é necessário estar atento para que não se prolonguem demasiadamente.

Como prevenir a depressão
1) Busque apoio social – A depressão é pouco frequente nos círculos em que há fortes laços de relacionamento, sejam familiares, de trabalho, conjugal ou de amizades.
2) Mantenha uma vida ativa – É surpreendente como o estado de ânimo debilitado
pode mudar rapidamente quando você se ocupa com alguma atividade. Para evitar a depressão, tome uma atitude e atue de alguma forma. Ocupe-se com tarefas que lhe tragam satisfação e que sejam produtivas e edificantes: coloque em ordem sua casa, conserte alguma coisa, converse ao telefone com alguém especial. Se puder, pratique esporte ou exercício físico aeróbico. A fadiga, nesse caso, é fonte de saúde e bom humor.
3) Pense corretamente – Conforme as pessoas se centralizam no aspecto sombrio ou no lado positivo das coisas, têm maior ou menor propensão para a depressão. Pensar é um hábito como qualquer outro e deve ser cultivado para se evitar a análise negativa das situações.
4) Olhe para o passado com prudência – O passado pode ser fonte de depressão ou de bem estar emocional. Em vez de pensar nas dificuldades, alegre-se com os tempos e acontecimentos felizes. Se existe algum trauma do passado (abuso sexual, rompimentos, etc.), procure um psicólogo ou psiquiatra que possa ajudar você a elaborar uma forma de superação do ocorrido.

Como vencer a depressão
O tratamento da depressão é realizado de duas formas: por meio da farmacologia
e da psicoterapia. Na maioria dos casos, é indicado um tratamento farmacológico
inicial prescrito por um médico ou psiquiatra. Ao mesmo tempo,
é seguido um plano de intervenção psicológica que prepara a pessoa para sair
da depressão e impedir que a doença se manifeste novamente.
1) Produtos farmacêuticos – Em casos mais graves, medicamentos antidepressivos
podem trazer o alívio da dor psíquica e reduzir a tendência ao suicídio.
Os antidepressivos agem sobre a química cerebral para equilibrar a atividade
dos neurotransmissores.
2) Rotina diária – A elaboração de um programa de atividades é uma das estratégias
mais comuns utilizadas pelos psicólogos.
3) Forma de pensar – A cada dia se dá maior importância aos pensamentos no tratamento da depressão. Um dos objetivos mais almejados é ajudar a pessoa a ver as coisas de maneira correta e equilibrada.
4) Apoio familiar – O tratamento profissional ganha muito se a família oferece
apoio ao deprimido.
5) Faça algo pelos outros – O depressivo pode prestar ajuda a outros. Isso oferece
novo ânimo e tem resultados terapêuticos.
6) Assuma o controle dos acontecimentos futuros – Se a origem de seus problemas
é, por exemplo, familiar, não pense que não há mais solução para os
relacionamentos.
7) Terapia divina – Confiar em Deus como um Ser disposto a ajudar, proteger,
facilitar e favorecer aqueles que O procuram é o primeiro passo para se
beneficiar da espiritualidade.

Não culpe o passado
Os acontecimentos passados são muito importantes para explicar o mundo psíquico da pessoa, mas não devem ser determinantes para a saúde mental.
É preciso aceitar o passado, que não pode ser mudado, e evitar a passividade de não fazer nada para melhorar. Sendo assim, nunca diga: “meu passado me predestina”, “sou assim porque tive uma infância conturbada”, “tenho esse problema porque meus pais não souberam me educar”. Essa atitude compromete o processo de restabelecimento e bloqueia muitas fontes de ajuda e apoio.

Capítulo 4 Estresse: excesso de presente

O estresse faz parte de nossa vida diária. A pressão do tempo e do trabalho, os problemas de relacionamento, os ruídos, a poluição, as finanças, a insegurança são apenas algumas das causas do estresse.
Suas consequências não atingem somente o organismo, mas também a mente e as emoções. O estresse deve ser tratado com cautela, pois seus efeitos trazem grandes prejuízos e podem ser fatais. Por outro lado, em justa medida, o estresse é uma fonte de motivação que deve ser aproveitada. Os mecanismos do estresse liberam energia suficiente para se enfrentar quase qualquer situação.
Alguns até fazem uma distinção, em inglês: stress como uma condição fisiológica, necessária e útil à vida e à sobrevivência; e distresse como uma condição de desequilíbrio, prejudicial à saúde.

Como prevenir o estresse
O bom uso do tempo previne o estresse, e precisamos saber como organizá- lo. O tempo é um dos bens que todos recebemos na mesma medida, e seu bom uso depende da maneira como cada um o utiliza. O que fazer para utilizá-lo equilibradamente?
1) Seja realista – Você conhece o ditado: “Não se pode dar um passo maior do que a perna.” Esse pensamento adverte contra a pretensão de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, pois elas acabam sendo malfeitas. É preciso fixar objetivos que possam ser realizados no tempo disponível.
2) Estabeleça prioridades – Conhecendo as prioridades, fica mais fácil se concentrar nas tarefas mais importantes. Isso tem muito que ver com seus valores e crenças. Que posição o dinheiro ocupa em sua vida? Qual a importância de seu trabalho? Como você considera seus relacionamentos familiares?
3) Diversifique suas tarefas – Não é possível ser feliz desenvolvendo apenas uma atividade, pois ela poderá se tornar obsessiva ou tediosa. O trabalho é importante para você obter uma renda e satisfação pessoal. O relacionamento do casal e da família são também ingredientes de bom equilíbrio.
4) Seja organizado – Prepare uma lista das coisas que você precisa fazer durante
o dia e na semana. Centralize-se nelas e não se distraia com outras que
tirem sua atenção dos objetivos desejados.
5) Viva de forma simples – Lazer que absorve muito tempo, férias esbanjadoras
e esportes extravagantes podem se tornar causas de estresse.

Como superar o estresse
O tratamento do estresse deve ser completo, integral. Deve abranger todos os aspectos sociais (trabalho, família, amigos, etc.). Em períodos de crise de estresse, escolha a quantidade de trabalho que pode executar razoavelmente e não se preocupe com nada mais.

Superar o estresse envolve as diferentes dimensões da existência: física,
mental e espiritual.

A terapia mais eficaz nos casos de estresse é chamada de psicoterapia cognitiva e consiste em ensinar a pessoa a dominar seus pensamentos, em vez de deixar que os pensamentos a dominem. O exercício físico é o melhor remédio contra o estresse. Se sua saúde permitir, faça exercício físico vigoroso (corrida, natação, esportes), ou caminhe rapidamente todos os dias. A paz mental é incompatível com o estresse. Uma consciência tranquila pode ser obtida por meio da fé e da oração.

Capítulo 5 Traumas psíquicos

Os acontecimentos de forte intensidade emocional, especialmente se estão sendo vivenciados em um momento difícil da vida, ou em idade precoce, podem até causar depressão na pessoa, como os casos de insultos, uma criança ser ridicularizada, levar um susto no meio da escuridão, ser amedrontado com cobras ou aranhas, sentir-se caluniado, ser coagido para a satisfação sexual de alguém, ou perder o pai ou a mãe com idade ainda
jovem.

Os traumas do passado podem produzir:
Complexo de inferioridade
Dificuldade para realizar atividades normais
Tendências paranoicas
Depressão
Anorexia e bulimia

Como superar os traumas
Existem traumas que, por sua gravidade, requerem tratamento psiquiátrico. Outros, embora sem consequências drásticas, têm a tendência de complicar o desenvolvimento da vida da pessoa, dentro da normalidade. Para isso, oferecemos os seguintes conselhos:
Assuma o passado e centralize-se no futuro
Fale sobre o acontecimento traumático
Olhe o lado positivo
Tente perdoar

A mágoa e o rancor nos tornam reféns do passado e mantêm na lembrança algo ocorrido há muito tempo. Assim, os maiores prejudicados com a mágoa somos nós mesmos.
O perdão, porém, nem sempre é espontâneo, pois nossa capacidade de amar (perdoar é amar) é limitada. Busque a Fonte do perdão – o Deus de amor – que, de acordo com o evangelho, deseja que sejamos Seus amigos e pode facilitar a superação do passado que nos assombra.

Resiliência é a capacidade de uma pessoa manter ou recuperar a essência emocional ou até se tornar melhor depois de passar por uma situação traumática.

Capítulo 6 Escravo dos vícios

Uma pesquisa feita pela Universidade de Pádua,2 na Itália, constatou que 70% dos homens jovens que procuravam neurologistas por ter um desempenho sexual ruim admitiam o consumo frequente de pornografia na internet.
Outros estudos de comportamento sugerem que a perda da libido acontece porque esses grandes consumidores de pornografia estão abafando a resposta natural do cérebro ao prazer. Ao substituírem os limites naturais da libido por uma intensa estimulação, acabam prejudicando a resposta à dopamina.

Assim como a pornografia, outros vícios têm prejudicado ou mesmo destruído a vida de milhões de pessoas. O tabagismo, por exemplo, tem diminuído em muitos países, mas aumentado em outros. O cigarro tem muita popularidade entre os jovens. A nicotina tem alto poder viciante e representa uma enorme barreira para o abandono do hábito.

Muitos pensam que a cafeína está longe de ser uma droga, mas o manual psiquiátrico DSM-5 especifica a intoxicação por cafeína quando a pessoa ingere 250 miligramas ou mais em um único dia (exemplo: acima de duas a três xícaras de café coado). Os chamados “energéticos” chegam a ter mais cafeína que o café. Os efeitos do consumo dessa substância são: agitação,
nervosismo, insônia, diurese, compressão muscular, problemas digestivos, dificuldade para pensar e falar, taquicardia e agitação psicomotora.

A felicidade tem sido definida como a ausência total de vícios. E não nos referimos somente aos vícios em drogas “pesadas” ou “ilegais”, sexo compulsivo, jogos de azar, jogos eletrônicos e internet. Existem substâncias comuns que também viciam, como bebidas alcoólicas, cigarro e café. Essas substâncias são denominadas psicoativas porque afetam a função mental. Inclusive existem viciados em dietas, medicamentos e em exercício físico.

Os pais das crianças e jovens têm também responsabilidade na prevenção.
Devem falar sobre o problema, adotando as seguintes estratégias:
• Ter uma postura firme e coerente com respeito às drogas e aos vícios.
• Ajudar a desenvolver uma autoestima saudável nos filhos.
• Manter o lar seguro e estável.
• Demonstrar flexibilidade nas opiniões e condutas, mas com limites
bem definidos.
• Dar exemplo no que se refere aos vícios.

Capítulo 7 Sentimento de culpa

Muitas pessoas vivem com um sentimento de culpa infundado; culpa falsa ou duvidosa. Isso lhes acarreta conflitos e as seguintes tendências: complexo de inferioridade, perfeccionismo, autoacusação constante, medo do fracasso (com o consequente estado de permanente vigilância) e exigência demasiada nos relacionamentos.

Se a culpa é comprovada, a solução está em buscar a reparação, sempre que possível, e pedir perdão a Deus e às pessoas ofendidas. Saiba que Deus está disposto a perdoar até as maiores falhas, mesmo aquelas que não são perdoadas em nível humano.

Capítulo
8 Um monstro dentro de nós

A ira e o ódio podem se manifestar ocasionalmente e, como sentimentos humanos, podem se tornar inevitáveis. Porém, quando ultrapassam o nível esporádico, são reações que causam devastação nos relacionamentos familiares, sociais e de trabalho. A agressividade física é inaceitável em qualquer grupo humano e deve ser prevenida.

Efeitos da ira
Embora, no passado, fosse considerado vantajoso destampar a “panela de pressão” quando se estava irado, hoje está claro que os riscos ultrapassam qualquer pequena vantagem que se possa alcançar com essas más atitudes. Comparados com as pessoas de hábitos pacíficos, os que ficam irados, em geral, enfrentam as seguintes situações:
• Têm quatro vezes mais propensão a sofrer de doença coronariana.
• Correm maior risco de morrer jovens.
• Experimentam sentimentos de culpa após suas atitudes explosivas.
• Seus familiares e amigos os evitam por causa de seu mau gênio.
• Mantêm uma relação matrimonial mais conflituosa.
• São mais propensos ao uso de substâncias nocivas (fumo, álcool, drogas, etc.).
• Correm maior risco de comer em excesso e sofrer aumento de peso.
Antes de ficar enraivecido, pense duas vezes, pois é possível deter essa conduta
e evitar mais prejuízos.

Como evitar a ira e a agressividade
Observando a si mesmo e adotando hábitos simples de calma e tranquilidade, cada um pode, com a ajuda divina, dominar os impulsos de ira e agressividade.
Veja algumas sugestões:
1) Considere a verdadeira importância da situação – Se você observar friamente, quase sempre os motivos da raiva são insignificantes. Pergunte a si mesmo: É realmente importante o motivo da minha ira?

2) Respire fundo e acalme-se – A respiração relaxa. Use-a pausadamente e de modo profundo quando sentir que a ira se aproxima.

3) Procure se distrair – Pensar no que lhe causa ira é jogar lenha na fogueira. Ore a Deus, pedindo que o ajude a superar o sentimento negativo, e faça alguma atividade que ocupe sua mente com outras coisas, até a raiva diminuir.
4) Escolha a solução certa – Evite dizer aos outros frases como estas: “Você é egoísta.” “Sua atitude é sempre a mesma comigo.” “Você não se importa com o que penso.” Procure se expressar com frases positivas: “Eu gostaria que você
tentasse fazer de outra forma”, “Fico muito triste com essa atitude”,

5) Não considere o oponente um inimigo – Quando alguém o irritar com sua conduta ou palavras, não pense que o está provocando. Pense em outros motivos e circunstâncias que expliquem esse comportamento.

6) Pratique o perdão – Perdoar não significa perder a batalha. Um antigo provérbio diz: “Perdoe o ofensor, e sairá vencedor.” Perdoar não somente produz calma e paz em você, mas também na outra pessoa, que, além disso, acabará respeitando você por sua nobreza e generosidade.
7) Seja grato – A Bíblia diz: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Tessalonicenses 5:18).

8) Ore – A Bíblia também diz: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem” (Mateus 5:44). Pesquisadores mostraram que, se a pessoa orar pelo indivíduo que a deixou com raiva, isso ameniza o sentimento ruim, dissipando os pensamentos negativos

Capítulo 9 Dicas do Fabricante

Deus é o criador da vida, e ninguém melhor do que Ele para nos dizer como nosso corpo funciona de maneira mais adequada. A boa notícia é que Ele nos deixou um verdadeiro manual de instruções na Bíblia Sagrada.
Curiosamente, as oito principais dicas do Fabricante (que alguns chamam de “remédios naturais”) estão delineadas desde o começo, no primeiro livro das Escrituras, o Gênesis. Se forem seguidas, podem trazer saúde física, mental e espiritual.

Confira a seguir as dicas adaptadas da matéria “Os mais simples remédios”, preparada por Francisco Lemos e publicadas na revista Vida e Saúde.1

  1. Beba água
  2. Tome banho de sol
  3. Respire fundo
  4. Alimente-se bem
  5. Pratique exercícios
  6. Descanse
  7. Pratique o domínio próprio:

Compulsão é a dificuldade que uma pessoa tem de exercer controle sobre um hábito. Estima-se que um terço dos brasileiros adultos lute contra algum tipo de compulsão. Fala-se de compulsão alimentar, compulsão relacionada aos vícios de fumar e beber, compulsão sexual, etc.

A compulsão alimentar é responsável, em grande parte, pelo alto índice de obesidade no mundo. Muitas pessoas comem demasiadamente para preencher algum tipo de vazio – não só o do estômago – e não conseguem controlar o impulso por meio de remédios.

Fumantes têm maior incidência de câncer de pulmão, na boca, câncer de laringe, no esôfago, pâncreas, bexiga e rins do que os não fumantes. Úlceras estomacais e duodenais são 60% mais comuns entre eles. O vício de fumar retira o cálcio dos ossos, acelerando o processo da osteoporose.
O hábito de ingerir bebidas alcoólicas também cobra um alto preço.

Capítulo 10 O poder da esperança

Confie em Deus e tenha esperança. Mas será que esse “remédio” realmente funciona?
Será que a religião pode fazer algum bem real na vida dos que a praticam?

O psiquiatra Harold Koenig, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, é um dos cientistas que vêm pesquisando a relação entre religiosidade e saúde.
Segundo ele, não adianta uma pessoa afirmar que é espiritualizada e não fazer nada. Para desfrutar os benefícios da religião é preciso estar comprometida com ela. É preciso frequentar os cultos, fazer parte de uma comunidade, expressar a fé em casa, por meio de oração, do culto em família e do estudo da Bíblia. As crenças religiosas precisam de fato influenciar a vida para que influenciem também a saúde.

O envolvimento religioso reduz o estresse psicológico, o que diminui a inflamação e a taxa de encurtamento dos “relógios biológicos” celulares, chamados telômeros, como já vimos. Eles encurtam a cada divisão celular e, quando se vão, as células morrem, ocasionando a degeneração do órgão. Isso explica por que as pessoas mais religiosas vivem, em média, sete a 14 anos a mais.
Assim, a religião só fará bem se for praticada e se for positiva, centrada em uma boa relação com Deus e com as pessoas, o que nos faz lembrar de Tiago 1:27: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.”
A verdadeira religião é prática e nos torna pessoas melhores aqui e agora.
Ao mesmo tempo, aponta para um futuro de esperança, é a principal emoção em relação ao futuro.

Essa qualidade, junto com o otimismo e as habilidades para manter bons relacionamentos,
constitui a melhor prevenção contra as doenças mentais.
A esperança nos dá resistência ao choque. Quando ocorre uma catástrofe natural ou um infortúnio pessoal, aqueles que acreditam firmemente que existe uma solução experimentam uma medida adicional de força para se recuperar das perdas materiais e do abatimento.

Como explica o psicólogo Viktor Frankl, quase todos os sobreviventes dos campos de concentração nazista se salvaram porque mantiveram a esperança da libertação até o fim, porque não aceitaram pensar que aquele era o fim de seus dias e se concentraram na esperança de serem libertados algum dia daquele inferno.

sarahjsena

sarahjsena

Pedagoga e mestre em psicopedagogia pela Espanha, tem experiência há 10 anos com atendimentos individualizados com crianças, atuei na Secretaria de Educação há 7 anos com pessoas com deficiência.

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