Conteúdo BíblicoResumos de livros

Livro Resumo “Louco amor”

By julho 14, 2018janeiro 3rd, 20224 Comments

Trechos do livro “Louco Amor” de Francis Chan
LIDO EM ABRIL / 2013

Não  há  dúvida  de  que  acreditar  em  Deus  é  bom  e politicamente correto, mas  amá-lo  de verdade é outra história bem diferente. Sim, fazer doações aos pobres na época do Natal ou ajudar as vítimas de uma tragédia é um belo gesto de generosidade, mas sacrificar o próprio conforto e bem-estar pelos outros pode parecer maluquice diante de um mundo tão seguro e tranquilo.

Acho que  é  muito  fácil  jogar  a  culpa  sobre  a  igreja  sem  reconhecer  que  todos  nós  fazemos parte dela e somos, portanto, responsáveis pelo problema. Mas acredito que todo mundo sente  —  até  mesmo  quem  nunca  verbalizou  esse  sentimento  —  que  a  igreja  não  está indo bem em vários aspectos.

Eu me apresentava como cristão, estava bastante envolvido na igreja e tentava  me  manter  afastado  de  tudo  o  que  os  “bons  cristãos”  evitam:  bebidas,  drogas, sexo  ilícito,  blasfêmia.  O  cristianismo  era  bem  simples:  lute  contra  seus  desejos  para agradar Deus. Toda vez que eu cometia um erro (o que acontecia com freqüência), saía por aí me sentindo culpado e distante de Deus. Minha visão de Deus era estreita e reduzida.

Precisamos parar de inventar desculpas por não acreditar em Deus. Ê provável que você já  tenha  ouvido  esta  afirmação:  “Eu  creio  em  Deus;  só  não  acredito  é  nas  religiões organizadas”. Acho  que as pessoas não diriam isso se a igreja vivesse, de fato, como é chamada  a  viver.

Jesus veio de um modo humilde, como servo, mas não precisa implorar que lhe entreguemos uma parte menor de nosso ser. Ele controla todas as coisas, a começar por aqueles que o seguem.

Fazemos parte de uma cultura que confia mais na tecnologia que na comunidade, uma sociedade  em  que  as  palavras  faladas  e  escritas  são  gratuitas,  excessivas  e  pouco valorizadas. Nossa cultura diz que vale tudo; quase não se ouve falar a respeito do temor de Deus.  Demoramos muito para  ouvir,  falamos  precipitadamente  e  logo  nos exasperamos.

Você sabia que uma lagarta possui 228 músculos separados e distintos na cabeça? Para um inseto, até que é pouco. Um olmo, árvore muito comum na Europa e  na América do Norte, tem, em média, 6 milhões de folhas. E, ao bombear sangue para circular por todo o corpo, o coração humano gera pressão suficiente para espirrar sangue a uma distância de até quase dez metros. (Nunca fiz esse teste, e também não o recomendo).

Você já parou para pensar em como Deus é criativo e diversificado? Ele não era obrigado a  criar  centenas  de  tipos  diferentes de bananas,  mas  criou.  Não tinha de colocar 3 mil espécies diferentes de árvores em um espaço equivalente a uma milha quadrada da floresta  amazônica,  e  mesmo  assim  ele  o  fez.  Deus não  precisava  criar  tantos  tipos  de risadas. Pense a respeito dos diferentes sons de risadas de seus amigos — alguns deles chiam, outros roncam, riem  em  silêncio,  fazem  muito  barulho  ou  produzem  ruídos desagradáveis.

Sejam quais forem as razões de Deus para tanta diversidade, criatividade e sofisticação no universo, na terra e até mesmo em nosso corpo, o objetivo de tudo isso é a glória do Senhor. A arte divina fala a respeito de Deus, refletindo quem ele é e como ele é.

Há uma epidemia de amnésia espiritual rondando por aí, e nenhum de nós está imune a ela. Não importa quantos detalhes fascinantes tenhamos aprendido sobre a criação de Deus; não importa quantas fotografias vejamos das galáxias que ele criou; não importa quantos crepúsculos venhamos a contemplar — nós nos esqueceremos.

A maioria de nós sabe que fomos criados para amar e temer a Deus; que devemos ler a nossa Bíblia e orar ao Senhor, pedindo para conhecê-lo melhor; que temos o dever de adorá-lo com nossa vida. Mas pôr essas coisas em prática é um grande desafio.

Declarar que Deus é santo equivale a dizer o seguinte: ele está separado, é distinto de nós. Por essa razão, não podemos penetrar na profundidade de quem Deus é, de maneira alguma. Para os judeus, dizer alguma coisa três vezes era uma maneira de demonstrar perfeição. Por isso, quando Deus é chamado “Santo, Santo, Santo”, o objetivo é dizer que ele é perfeito, perfeitamente separado; nada ou ninguém pode ser comparado a ele. E isso que significa ser “santo”.

Deus sabe de todas as coisas. Você não se sente intimidado diante desse pensamento?

Cada um de nós, em maior ou menor grau, consegue enganar os amigos e a família no que concerne a quem realmente somos. Ele conhece nossos pensamentos antes mesmo que eles cheguem à mente, e nossas ações antes que as pratiquemos, seja o simples ato de deitar, de sentar ou de caminhar por aí. Deus sabe quem somos e quais são as nossas tendências.

Por mais que queiramos reivindicar de Deus explicações a respeito de sua pessoa e de sua criação, não temos nenhuma condição de exigir que ele preste contas a nós.

Você é capaz de adorar um Deus que não é obrigado a dar explicações a respeito de seus atos? Será que não é arrogância de sua parte pensar que Deus lhe deve satisfações?

É preciso muito esforço para compreender o ódio total que Deus sente em relação ao pecado. Inventamos desculpas como: “Sim, sou uma pessoa meio orgulhosa de vez em quando, mas todo mundo tem alguma dificuldade para controlar o orgulho”. No entanto, Deus afirma, em Provérbios 8:13: “Odeio o orgulho e a arrogância…”. Nem eu nem você temos permissão para determinar até que ponto Deus pode ou não detestar o pecado. Ele pode odiar e castigar o pecado tão severamente quanto a justiça divina o exigir.

Deus nunca justifica o pecado. E ele é sempre coerente com essa ética. Toda vez que começarmos a questionar esse conceito, tudo o que precisamos fazer é pensar na cruz, onde o Filho de Deus foi torturado, escarnecido e espancado por causa do pecado. O nosso pecado. Não há nenhuma dúvida a respeito disto: Deus odeia o pecado e deve puni-lo. E ele é totalmente justo ao fazer isso.

Capitulo 2 – Talvez você não chegue ao fim deste capítulo

Em um dia comum, vivemos em função de nós mesmos. Em um dia comum, não damos tanta atenção a Deus. Em um dia comum, esquecemos que a nossa vida é, na verdade, como um vapor.

Frederick Buechner escreveu: Intelectualmente, todos nós sabemos que vamos morrer, mas não temos, de fato, essa noção no sentido de que esse conhecimento se torne parte de nosso ser; não temos essa noção no sentido de viver como se a morte fosse uma realidade. Pelo contrário, nossa tendência é viver como se nossa vida fosse durar para sempre. The Hungering Dark, Nova York: HarperOne, 1985, p. 72.

A preocupação significa que não confiamos tanto assim que Deus seja suficientemente grande, poderoso ou amoroso para cuidar do que está acontecendo em nossa vida.

A vida não é frágil o tempo todo? Ela nunca está sob nosso controle. Enclausurar-se é uma das possíveis reações, a outra é reconhecer nossa incapacidade de controlar a vida e buscar a ajuda de Deus.

Quando estivermos face a face com o Deus santo, não é com a beleza do funeral que estaremos preocupados, e com certeza não será sobre isso que ele estará pensando. Quaisquer elogios que você recebeu na terra terão desaparecido; tudo quanto restará será a verdade.

Amigos, precisamos parar de viver de maneira egoísta, sem nos lembrar de nosso Deus. Nossa vida é curta, a morte costuma chegar quando ninguém espera, e todos nós, que estamos vivos, somos lembrados disso de vez em quando. É por essa razão que escrevi este capítulo: para nos ajudar a lembrar que, no filme da vida, nada mais importa além de nosso Rei e Deus.

Cp 3 – Louco amor

A maioria de nós, em maior ou menor grau, encontra certa dificuldade para entender, acreditar ou aceitar o amor absoluto e ilimitado de Deus por nós. Isso tem a ver com meu relacionamento com meu pai.

Como eu seria capaz de não confiar em um Pai celestial e perfeito, que me ama infinitamente mais do que jamais conseguirei amar os meus filhos? “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!” (Mt 7:11).

A maioria dos cristãos aprendeu na igreja ou com os pais que deve separar um tempo do dia para oração e leitura da Palavra de Deus. E assim que, em tese, devemos proceder, e foi isso que tentei bravamente fazer por um bocado de tempo. Quando não conseguia, me sentia culpado.

 

Com o tempo, percebi que, quando amamos Deus, nós o buscamos natural, frequente e zelosamente. Jesus não ordenou que passássemos um período diário com ele. Em vez disso, nos orientou: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento”. Ele classifica essa ordem como “o primeiro e maior mandamento”. (Mt 22:37-38). Os resultados são a oração e o estudo de sua Palavra. Nossa motivação muda, passando da culpa para o amor.

“Medo” não é mais a palavra que uso para descrever como sinto em relação a Deus. Agora uso termos como “intimidade reverente”. Ainda temo o Senhor e oro para que nunca deixe de temê-lo. A Bíblia enfatiza a importância do temor a Deus.

Minha existência não é um acaso nem um acidente. Deus sabia quem estava criando, e me gerou para um trabalho específico.

Por que Deus continua nos amando, apesar do que somos? Não tenho uma resposta a essa pergunta, mas sei que, se a misericórdia de Deus não existisse, não haveria esperança. Não importa quão bons tentássemos ser, seríamos castigados por causa de nossos pecados.

Muita gente olha para a própria vida e pesa seus pecados comparando-os com seus feitos positivos. Mas Isaías 64:6 afirma: “Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo”. Nossas boas obras nunca são suficientes para limpar nossos pecados.

O salário do pecado sempre será a morte, mas, por conta da misericórdia de Deus, esse pecado é pago por meio da morte de Jesus Cristo, em vez da minha ou da sua morte.

A parte mais inusitada é que Jesus não precisa nos amar. Seu ser é completo, perfeito, distinto da humanidade. Ele não precisa de mim ou de você. Ainda assim, Jesus nos quer; ele nos escolhe e até nos considera sua herança (Ef 1:18). O maior conhecimento que podemos adquirir é saber que somos o tesouro de Deus.

A ironia é que, enquanto Deus nos quer, mesmo não precisando de nós, precisamos desesperadamente de Deus, mas, a maior parte do tempo não o queremos de fato.

Você ama esse Deus que é tudo, ou ama tudo o que ele lhe concede? Sabe e acredita de fato que Deus ama você, de maneira individual, pessoal e íntima? Consegue vê-lo e conhecê-lo como o Aba, o Pai?

CAPÍTULO 4 Perfil do cristão morno

Acredito que a maioria das pessoas que freqüenta as igrejas faz parte do solo que sufoca a semente por causa de todos os espinhos. Um espinho é qualquer coisa que desvia nossa atenção de Deus. Quando queremos o Senhor e um monte de outras coisas, isso quer dizer que há espinhos em nosso solo. Um relacionamento com Deus simplesmente não pode se desenvolver quando o dinheiro, o pecado, as atividades, os times pelos quais torcemos, os vícios ou outros compromissos são colocados no topo da lista.

“Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte…” (Fp 3:10)? Durante muito tempo, em minha opinião, esse versículo teve Jesus demais. Eu achava que o texto deveria terminar logo depois da palavra “ressurreição”, de modo que pudesse dispor de um Jesus popular, com forte apelo, que não sofreu. O retorno que recebi de outros cristãos me dava a certeza de que aquela era uma perspectiva interessante, e isso me dava poucos motivos para fazer esforço no sentido de conhecer Cristo com mais profundidade. As pessoas diziam que eu era suficientemente bom. Bastava.

A maioria de nós deseja uma vida segura, equilibrada para que possa ser controlada e que não envolva sofrimento.

Pessoas mornas entregam dinheiro para instituições de caridade e para a igreja… desde que isso não altere em nada seu padrão de vida. Quando dispõem de algum dinheiro a mais e é fácil e seguro doar, elas o fazem. Afinal de contas, Deus ama aquele que dá com alegria, correto?

Gente morna não acredita muito que essa nova vida que Jesus oferece é melhor que a antiga e pecaminosa. Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. João 10:10

Pessoas mornas são movidas por histórias de gente que faz coisas radicais por Cristo, mas elas mesmas não agem. Presumem que esse tipo de iniciativa é coisa de cristãos 33

“radicais”, e não para a média das pessoas. Gente morna considera “radical” aquilo que Jesus espera de todos os seus seguidores.

Pessoas mornas raramente compartilham sua fé com os vizinhos, colegas de trabalho ou amigos. Não querem sofrer rejeição nem desejam que as pessoas se sintam constrangidas ao falar sobre questões pessoais, como religião.

Pessoas mornas medem seu grau de moralidade ou “bondade” comparando-se com o mundo. Elas se sentem satisfeitas porque, mesmo não sendo tão dedicadas a Jesus quanto os radicais, também não são tão horríveis quanto aquele sujeito que mora no fim da rua.

Pessoas mornas amam a Deus, mas não o fazem de todo o coração, de toda a alma e com todas as forças. Elas garantem que tentam amar o Senhor dessa maneira, mas dizem que esse tipo de devoção total não é possível para as pessoas em geral; é coisa de pastores, missionários e fanáticos.

Pessoas mornas servem a Deus e aos outros, mas não ultrapassam determinados limites em termos do tempo, do dinheiro e da energia que estão dispostas a investir.

Pessoas mornas pensam na vida terrena com muito mais freqüência do que na eternidade no céu. A vida diária é muito mais focada na lista de afazeres, na agenda semanal e nas férias do mês que vem. De vez em quando, se tanto, elas param para pensar na vida por vir. A respeito disso, C. S. Lewis escreveu: Se você ler a História, descobrirá que os cristãos que mais fizeram por este mundo presente foram justamente aqueles que pensavam mais no mundo por vir. A partir do momento em que os cristãos pararam de pensar com freqüência no outro mundo, eles se tornaram ineficazes neste.

Pessoas mornas se preocupam o tempo todo com sua segurança; elas são escravas do deus do controle total. Esse foco na segurança pessoal as impede de se sacrificar e arriscar por Deus.

Somos todos seres humanos cheios de falhas, e ninguém está totalmente imune aos comportamentos descritos nos exemplos que acabamos de ver. No entanto, há uma diferença entre a vida caracterizada por esses tipos de mentalidade e hábitos e a vida que está passando por um processo de transformação radical.

Jesus está dizendo que a dedicação morna e sem envolvimento total é inútil; que isso faz nossa alma adoecer. Ele está dizendo que esse tipo de sal “não serve […] nem para adubo”.

CAPÍTULO 5 Servindo restos a um Deus santo

As pessoas que freqüentam a igreja, mas são mornas, não podem ser consideradas cristãs. Nós não as veremos quando chegarmos ao céu. Apocalipse 3:15-18

O chamado de Deus a um compromisso com ele é bem claro: ele quer tudo ou nada. A ideia de uma pessoa se considerar “cristã” sem ser uma seguidora dedicada de Cristo é absurda.

Tenho dúvidas sobre se as pessoas sequer pensavam nessas coisas no tempo de Jesus! Será que esse conceito de um cristão que não dá frutos é algo que inventamos para tornar o cristianismo mais “fácil”? Quer dizer então que podemos seguir nosso curso à vontade e, mesmo assim, continuar nos considerando seguidores de Cristo? Sendo assim, é possível, por assim dizer, se alistar no Corpo de Fuzileiros Navais sem ter de fazer todos aqueles exercícios, certo?

Vamos encarar os fatos: só estamos dispostos a realizar mudanças em nossa vida se acharmos que isso afeta a nossa salvação, demonstrando que nossa preocupação é muito maior com a garantia do céu do que com o amor pelo Rei.

Não quero que os cristãos genuínos duvidem de sua salvação quando lerem este livro. Em meio a nossas tentativas imperfeitas de amar Jesus, sua graça nos cobre.

As Escrituras demonstram claramente que há espaço para falhas e pecados em nossa busca por Deus. Suas misericórdias se renovam a cada manhã (Lm 3). Sua graça/suficiente (2Co 12:9). Não estou dizendo que, quando você faz alguma besteira, isso significa que nunca tenha sido um cristão genuíno, antes de tudo. Se isso fosse verdade, ninguém poderia seguir Cristo.

Chamar alguém de cristão simplesmente porque essa pessoa faz algumas coisas que os cristãos costumam fazer é dar um falso consolo aos não-salvos. No entanto, determinar que todas as pessoas que pecam não são salvas é negar a realidade e a verdade da graça de Deus.

Por não costumarmos depender de Deus para conseguir comida, dinheiro para comprar a próxima refeição ou um abrigo, não nos sentimos dependentes. Na verdade, geralmente nos consideramos muito independentes e capazes. Mesmo que não sejamos ricos, dizemos que “estamos indo muito bem”.

William Wilberforce disse certa vez, “a prosperidade endurece o coração”.

Durante anos, entreguei ao Senhor apenas os restos, e não sentia vergonha disso. Simplesmente ignorava as Escrituras e me comparava com os outros. Os ossos que eu jogava para Deus tinham mais carne do que os ossos que os outros atiravam, por isso eu achava que estava fazendo uma grande coisa.

Uma oração resmungada de três minutos ao fim do dia, quando já estamos quase dormindo. Duas notinhas de um real amassadas entregues ao fundo da igreja para os pobres para não ficar com peso na consciência. Vá buscar, Deus!

Nenhum louvor é melhor do que sem intenção. Nossa vida é medida pela capacidade de amar.

A pergunta crucial para nossa geração — e para todas as demais — é esta: se você pudesse ter o paraíso, sem doenças e com todos os amigos que já teve na terra, e todas as comidas das quais gosta, e todas as atividades de lazer que aprecia, e todas as belezas naturais que contemplou, e todos os prazeres físicos que experimentou, e nenhum conflito humano ou desastre natural, se satisfaria com tudo isso, caso Cristo não estivesse nesse paraíso? Wheaton: Crossway, 2005, p. 15

Eu entendi neste trecho que amar a Deus é simplesmente nao conseguir viver sem a presença dEle, mesmo aparentemente nao precisando dEle.

A maior parte de nossos pensamentos é concentrada no dinheiro que queremos ganhar, na escola que pretendemos freqüentar, no corpo que desejamos ter, na pessoa com quem vamos nos casar, com o tipo de pessoa que planejamos nos tornar. O fato, porém, é que nada deveria nos preocupar mais que nosso relacionamento com Deus. É uma questão de eternidade, e não há nada que se compare a isso. Deus não é uma pessoa que possamos vincular nossa vida.

Fiquei chocado ao constatar que muitos cristãos saem por aí exibindo sua embalagem “sem gordura trans”, tentando convencer todo mundo que são saudáveis e bons. No entanto, eles não têm substância nem elementos saudáveis a sua fé. São como o povo de Laodicéia, que julgava possuir tudo, até Cristo dizer que aquelas pessoas eram pobres e desprezíveis. Elas se gabavam, declarando: “Veja, não temos gordura trans. Somos saudáveis”; ou: “Temos belas famílias”; ou: “Vamos à igreja toda semana”. Obviamente, não é o que você anuncia por aí que importa, e sim aquilo que você é por dentro.

A definição divina do que importa é bem objetiva e franca. Ele avalia nossa vida pela capacidade que temos de amar. Em nossa cultura, mesmo quando um pastor não ama de fato as pessoas, ainda assim pode ser considerado bem-sucedido, desde que seja um orador talentoso, que faça sua igreja rir ou ore “por todas as pessoas pobres e sofridas do mundo” todo domingo.

A pergunta crucial para nossa geração — e para todas as demais — é esta: se você pudesse ter o paraíso, sem doenças e com todos os amigos que já teve na terra, e todas as comidas das quais gosta, e todas as atividades de lazer que aprecia, e todas as belezas naturais que contemplou, e todos os prazeres físicos que experimentou, e nenhum conflito humano ou desastre natural, se satisfaria com tudo isso, caso Cristo não estivesse nesse paraíso? Wheaton: Crossway, 2005, p. 15.

dramaturgo George Bernard Shaw escreveu:

Essa é a verdadeira alegria da vida: ser usado para um propósito que a pessoa reconhece como algo de grande valor; ser uma força da natureza, em vez de uma criatura mesquinha, egoísta, cheia de reservas e queixumes, reclamando porque o mundo não se dá ao trabalho de fazê-la mais feliz.

Quando nos concentramos em amar Cristo, isso não significa que fazemos menos. Eu costumava fazer muitas coisas iguais às que faço agora, mas minha motivação era a culpa ou o medo das conseqüências. Quando trabalhamos para Cristo por obrigação, parece trabalho, mas, se amamos Jesus de fato, nosso trabalho é uma manifestação desse amor, e se parece mesmo com amor.

somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão” (lCo 15:19). Se Deus não existisse, então Paulo e todos os mártires ao longo da História tiveram uma existência breve e cheia de sofrimento desnecessário (2Co 6:4-10).

No entanto, como Deus é uma realidade, Paulo e os mártires deveriam ser invejados mais que todas as pessoas; o sofrimento deles valeu a pena. Se nos permitirmos viver para Deus sem preocupações com as coisas deste mundo, então também veremos sua glória. Nós testemunharemos a realização do impossível.

Como a minha vida mudaria se eu realmente pensasse em cada pessoa que vejo e conheço como Cristo? Falo do sujeito dirigindo muito devagar na minha frente, o caixa do mercado que parece mais interessado em conversar do que em fechar as minhas compras, o membro de minha família com quem não consigo conversar sem perder a paciência.

Jesus está dizendo que demonstramos um amor tangível por Deus na maneira de cuidarmos dos pobres e daqueles que estão passando por sofrimento. Ele espera que tratemos os pobres e os desesperados como se fossem o próprio Cristo.

Um amigo meu estava entregando fielmente 20% de sua renda a Deus. De repente, seu salário caiu drasticamente. Ele sabia que tinha de decidir se continuaria entregando o dinheiro de uma forma que comprovava sua confiança em Deus. Não seria errado baixar para 10%, mas meu amigo optou por aumentar para 30%, apesar da redução de sua renda.

Talvez você possa imaginar como termina essa história. Deus abençoou aquele homem de fé e concedeu a ele mais do que o suficiente, mais do que precisava. Meu amigo experimentou a realidade da provisão divina.

desejarão saber mais sobre Jesus. Mas não é bem assim que funciona. Conheço muita gente boa que não conhece Cristo — aliás, são pessoas mais legais e divertidas que muitos cristãos por aí.

Nossa fé não se resume a amizade, educação e até gentileza. Jesus nos ensina no evangelho de Lucas:

Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os “pecadores” amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os “pecadores” agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os “pecadores” emprestam a “pecadores”, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. Lc 6:32-36.

A verdadeira fé é amar uma pessoa depois que ela nos magoa. O verdadeiro amor nos distingue.

Geralmente, minha primeira reação quando alguém faz alguma coisa comigo — ou pior, com minha esposa ou um de meus filhos — é a retaliação. Não quero abençoar aqueles que magoam a mim ou às pessoas a quem amo. Eu não teria muita disposição de perdoar alguém que entrasse na escola de minha filha e atirasse nela e em outras crianças.

Gente que assume riscos

É possível que todos nós já tenhamos feito esta oração: “Senhor, oramos por segurança em nossa viagem. Pedimos que ninguém se machuque no trajeto. Por favor, mantenha todos a salvo até nosso retorno, e traga-nos de volta em segurança. Em nome de Jesus, oramos, amém”. Pode ser que as palavras variem um pouquinho, mas é essa a oração- padrão que fazemos antes de partir em viagens missionárias, retiros, férias e viagens de negócios.

Somos consumidos pela segurança. Na verdade, somos obcecados por ela. Ora, não estou dizendo que seja errado orar pela proteção de Deus, mas questiono a partir de quando fizemos da segurança nossa maior prioridade. Valorizamos a questão da segurança a ponto de negligenciar o que Deus tem para nos dar, por melhor que seja; ouaquilo que mais glória traria ao nome do Senhor; ou mesmo as coisas que fariam cumprir os propósitos divinos em nossa vida e no mundo.

Pense se você estaria disposto a orar desta maneira: “Deus, me leve para mais perto do senhor durante essa viagem, seja qual for a sua vontade”.

Pessoas obcecadas Jesus não se deixam consumir por sua necessidade de segurança e conforto, nem põem essas coisas acima de todas as demais. Pessoas obcecadas se preocupam mais com a vinda do reino de Deus a esta terra que com proteções contra o sofrimento e a angústia.

Se um sujeito namorasse minha filha, mas não quisesse gastar o dinheiro da gasolina para buscá-la em casa ou se recusasse a pagar o jantar para ela porque é muito caro, eu questionaria o amor desse homem. Da mesma maneira, questiono se muita gente que vai à igreja ama Deus de fato, pois essas pessoas hesitam demais em fazer qualquer coisa para ele.

Pessoas obcecadas por Deus possuem um relacionamento íntimo com ele. São alimentadas pela Palavra de Deus ao longo do dia porque sabem que quarenta minutos aos domingos não é suficiente para sustentá-las por uma semana inteira, especialmente quando elas encontram tantos motivos de distração e tantas mensagens alternativas.

Se realmente queremos amar nosso próximo como a nós mesmos, então faz sentido doar tanto a eles quanto gastamos conosco.

Você seria capaz de pôr sua casa à venda hoje e mudar para uma menor? Talvez? Seria capaz de abandonar seu emprego? É possível. Ou — quem sabe? — Deus queira que você trabalhe com mais afinco em seu emprego e, assim, se torne uma testemunha do reino ali. Pode ser. Talvez ele queira que você continue onde está e abra os olhos para as necessidades das pessoas à sua volta. Sinceramente, para mim já é muito difícil discernir como viver a minha vida!

Dizemos coisas como: “Tudo posso naquele que me fortalece” e “Confie no Senhor de todo o seu coração”, mas vivemos e fazemos planos como se nem mesmo acreditássemos que Deus existe. Tentamos organizar nossa vida de modo que tudo esteja em ordem mesmo que Deus não se manifeste. No entanto, a verdadeira fé significa não reter nada; significa pôr toda a esperança na fidelidade de Deus em relação a suas promessas.

Muitos de nós usamos a desculpa: “Estou esperando que Deus me revele seu chamado em minha vida” para não entrar em ação. Você ouviu o chamado de Deus para sentar em frente à televisão ontem? Ou para tirar férias? Ou para se exercitar hoje pela manha? E provável que não, mas fez tudo isso, mesmo assim. A questão não é considerar as férias ou os exercícios errados, mas que estamos prontos para justificar nosso lazer e nossas prioridades, ao passo que demoramos muito para nos comprometer com o serviço a Deus.

Jesus disse: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” (Jo 14:15). Ele não disse: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos quando se sentirem chamados ou bem a respeito disso”. Se nós amamos, então temos de obedecer. E ponto final. Esse tipo de obediência incondicional é parte do que significa viver uma vida de fé.

A maior bênção que recebi durante essas viagens ao interior foi ver Deus operar em circunstâncias em que só ele poderia agir. Por isso, assumi o compromisso de me colocar em situações que me assustam e pedir a Deus que me acompanhe. Quando paro e analiso minha vida, percebo que aqueles tempos foram os mais significativos e satisfatórios de minha existência. Foram os períodos nos quais experimentei verdadeiramente a vida e Deus.

sarahjsena

sarahjsena

Pedagoga e mestre em psicopedagogia pela Espanha, tem experiência há 10 anos com atendimentos individualizados com crianças, atuei na Secretaria de Educação há 7 anos com pessoas com deficiência.

4 Comments

Deixe uma resposta