Livro Resumo “O poder da ação” de Paulo Vieira
Lido em Junho de 2018
Quem decide a qualidade do vento é quem está competindo. Os ventos da vida sopram para todos e cabe a cada um de nós saber utilizá-los. As pessoas estão preocupadas demais, e não falo somente nos momentos dramáticos, mas no dia a dia.
A confiança é a melhor vacina contra a insegurança e as preocupações. A falta de confiança é um grande calcanhar de Aquiles no sucesso das pessoas.
As pessoas que admiramos são as que conquistaram seus objetivos de vida. Não existe sonho de graça. Pague o preço e celebre.
As realizações são o maior presente que você pode deixar para a humanidade, para as suas riquezas criarão riquezas para todos.
Capítulo I – ACORDE
A neurociência explica que nosso cérebro acaba por aceitar ou mesmo procurar o padrão que mais se repete. E como nosso exemplo é a mídia, resta-nos viver uma vida medíocre sem questionamentos e sem maiores expetativas. Uma vida abaixo das nossas reais possibilidades e potenciais.
Não podemos confundir o que é normal com o que é comum. Falar com a esposa friamente pode ser comum, mas não é normal. Tomar remédio para dormir pode ser comum, mas não é normal. Não haver diálogo em casa pode ser comum, mas de jeito nenhum é normal. Estar acima do peso é comum, mas não é normal. As pessoas estão confundindo e transformando o que é comum para normal.
Seus resultados é você quem vai produzir, não é porque muitas pessoas vivem de determinada maneira, que você precisa viver também.
Eu preciso mudar algo em mim? Seja sincero e corajoso para olhar para a sua vida como de fato ela tem sido. Avalie com a mente bem aberta. Por exemplo, ter muito dinheiro e não ter uma família harmônica não adianta muito no contexto de felicidade.
CAPÍTULO II – AJA
A zona de conforto parece um lugar supostamente seguro, mas na prática ela nos acorrenta e nos mantem presos, inertes, imóveis enquanto o mundo está acontecendo lá fora e nós envelhecendo.
Então nós aprendemos a contar historinhas, verbais e mentais que validam, justificam e explicam nossos fracassos e falhas. É uma maneira sutil de não nos responsabilizarmos pelos resultados e comportamentos que não deram certo. Como é mais fácil e confortável é contar uma história do que explicar ou justificar porquê foi demitido, por exemplo. Elas tiram a autonomia do autor, deixando-o refém da situação, elas diminuem a culpa.
Você pode identificar se tem contado histórias quando identifica os resultados ruins da sua vida e como se posiciona em relação a eles.
Completar 21km de uma meia maratona é fácil, o difícil é preparar-se para ela.
Ter filhos felizes e prósperos é fácil. O difícil é aprender a se dispor a educa-los da maneira certa.
Eu me desgastei e até adoeci pela combinação de trabalho intenso e falta de descanso. Então, não acredite que sucesso é só acordar cedo e trabalhar duro.
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CAPÍTULO III – AUTORRESPONSABILIZE-SE
Dentro dessa perspectiva, se você não está satisfeito com os resultados que tem obtido, basta reconhecer o que está errado, reconhecer que suas escolhas e seus caminhos não têm sido satisfatórios, e então redirecioná-los de forma autorresponsável, objetiva e consciente.
Autorresponsabilidade é a capacidade racional e emocional de trazer para si toda a responsabilidade por tudo o que acontece em sua vida, por mais inexplicável que seja, por mais que pareça estar fora do seu controle e das suas mãos.
O fato é que, enquanto as pessoas não reconhecerem que foram demitidas por suas falhas, em algum momento elas estarão repetindo os mesmos acontecimentos na vida delas, e com o tempo estarão se perguntando se fizeram algo contra elas, se é um carma ou se é Deus que não as ama.
85% da massa mundial não percebem o que está acontecendo e simplesmente vão seguindo o grande rebanho na direção que lhes é impingida.
Estudos da cientista Jill Bolte Taylor, autora do livro A cientista que curou seu próprio cérebro, mostram que o hemisfério esquerdo é o lado do cérebro responsável pela lógica, pela memória, pela sistematização e reflexão. O hemisfério direito é o lado criativo, que desenvolve a arte e a poesia. É o lado que sente paixão, saudade, tristeza, além de ser o responsável pela imaginação.
Próspero e vitorioso é o ser humano que consegue integrar essas duas áreas do cérebro, ter grandes ideias e conseguir agir para colocá-las em prática.
Os autorresponsáveis são otimistas e motivados, independentemente das circunstâncias. Eles buscam em si a solução e, se não a encontram, eles simplesmente vão em busca de seus objetivos e de maneira ética pedem licença para fazer seu caminho e criar responsavelmente sua história – e, com certeza, uma história de sucesso.
As seis leis para a conquista da autorresponsabilidade:
1) Se for criticar as pessoas… cale-se.
2) Se for reclamar das circunstâncias… dê sugestão.
3) Se for buscar culpados… busque a solução. É uma maneira simples e rápida de se desresponsabilizar pelo mundo em que vive, pelos acontecimentos, por fatos e resultados obtidos em sua vida.
4) Se for se fazer de vítima… faça-se de vencedor. Muitas pessoas possuem um terrível hábito de se fazer de vítima, seja criticando e reclamando, seja se colocando em uma situação de inferioridade e sofrimento. Ninguém consegue a atenção e o carinho de outras pessoas por um longo período falando de seus sofrimentos e suas angústias, a não ser que essa outra pessoa também seja acometida do mesmo mal: a vitimização.
5) Se for justificar seus erros… aprenda com eles.
6) Se for julgar alguém… julgue a atitude dessa pessoa. Quanto mais julgamentos e avaliações, mais o julgador acredita estar certo da falha do outro e mais distante está de ser o próprio juiz.
As pessoas realmente prósperas sabem por experiência própria que não é produtivo nem frutífero tentar mudar as pessoas à sua volta.
Antes de tentar mudar alguém, devemos mudar a nós mesmos.
Um pai autorresponsável, antes de querer mudar seu filho, muda a si mesmo. Talvez dialogando mais, sendo mais presente, mais amoroso, e até sendo mais firme em vez de permissivo.
Em vez de cobrar que sua equipe se capacite, você poderia e deveria se capacitar primeiro. Em vez de querer que eles sejam os melhores vendedores, você antes deveria ser o melhor gerente ou líder.
Antes de confrontar quem quer que seja, você deve ser um perito em confrontar a si mesmo com a verdade.
CAPÍTULO IV – FOQUE
Foco é a capacidade humana de concentrar suas energias em um único ponto com força suficiente para produzir mudança e realizações rápidas.
Não creio que potencializar apenas uma ou poucas áreas da vida fará alguém verdadeiramente próspero ou feliz. Acreditamos que devemos e podemos primeiramente equilibrar e depois potencializar a vida em todas as suas nuances.
A capacidade de manter o mesmo foco até que a mudança aconteça está intimamente ligada à maturidade emocional.
Pessoas imaturas começam e logo perdem a perspectiva do que de fato importa fazer ou conquistar. Essas pessoas são como crianças que querem muito, mas fazem pouco ou quase nada para conquistar seus sonhos ou resolver seus problemas. E, pela falta de responsabilidade, típica de uma criança, ficam esperando alguém ou a divina providência fazer algo por elas.
Já observou um menino de 5 anos fazendo o dever de casa? Tudo tira a sua atenção da tarefa do colégio.
Tenho conversado com pessoas que dormem com o celular ligado e a cada toque que indica mensagem na rede social acordam para responder.
Com isso, mal conseguem dormir e seu dia se torna improdutivo e exaustivo. Outras pessoas passam seu dia profissional entre cafezinho e conversas improdutivas, e não sabem por que nunca foram promovidas enquanto outras pessoas que entraram depois na empresa se tornaram chefes.
FELICIDADE SE CONQUISTA DE SEGUNDA A SEXTA
Você precisa ser pai de segunda a sexta-feira. Tendo tempo e tempo de qualidade para brincar, conversar e amar essa criança ou esse jovem de segunda a sexta-feira. Você precisa ser feliz no seu casamento de segunda a sexta-feira, amando e sendo amado. Você precisa cuidar da saúde também de segunda a sexta-feira. E da mesma maneira em todas as áreas, preenchendo sua vida com ações, comportamentos e atitudes produtivas de segunda a sexta-feira.
Nossa experiência mostra que quando se tem uma rotina de excelência de segunda a sexta-feira, contemplando todas ou quase todas as áreas da vida, o sábado e domingo serão o plus.
Olhe para si mesmo e você vai se lembrar de resoluções que fez na virada do ano, e das quais aos poucos você foi se esquecendo e deixando de lado.
Precisamos frequentar o ambiente onde as pessoas tenham a mesma meta que a sua, precisamos continuar lendo revistas e livros sobre a meta em questão. Precisamos ouvir áudios e assistir a vídeos sobre o tema em questão e, por fim, precisamos fazer ensaios mentais vivenciando a realização e o atingimento da meta escolhida.
Pois sempre que aprendemos mudamos algo em nossa vida. Quando nossa vida permanece a mesma, é por que não aprendemos nada.
Muitas pessoas me perguntam quanto tempo elas devem manter o foco consistente para que suas metas aconteçam. Não existe um prazo predeterminado. Contudo, quanto mais intenso for o foco comportamental, menor será o tempo necessário para que os resultados apareçam. Outra métrica é o tamanho de sua meta. Quanto maior e mais desafiadora for sua meta, mais intensidade no foco comportamental e mais foco consistente será necessário.
CAPÍTULO V – COMUNIQUE-SE
O primeiro é cessar a torrente de falas negativas que impomos a nós mesmos. O segundo desafio é impedir que essas palavras negativas que já foram ditas e lançadas venham a aterrissar e acontecer em nossa vida, trazendo à existência o que eram apenas palavras.
A gratidão tem papel fundamental na ativação do potencial e da performance humana, como também é impossível atingir um alto nível de felicidade sem tê-la como um estilo de vida. Pessoas verdadeiramente gratas são muito mais prósperas em todas as áreas.
Por mais que essa pessoa receba ajuda, ela não será capaz de perceber o esforço da outra parte nem os benefícios do que recebeu, pois continua se vendo muitíssimo inferior a tudo e a todos.
Narcisismo e autoimagem distorcida: pessoa julga ser tão boa que todas as contribuições que recebe não acontecem pelo fato de ela precisar de ajuda, mas porque os outros supostamente desejam sua presença.
Dificuldade de mostrar os sentimentos: Dizer obrigado de forma genuína e verdadeira, e não por educação, é uma maneira de amar o próximo tanto quanto um afago, um elogio ou um beijo.
Tudo comunica. O tom de voz comunica, o olhar comunica, o corte do cabelo comunica, os gestos comunicam, a postura comunica. Tudo comunica, até omissão e ausência comunicam. Muitas pessoas falam em mudar, mas continuam comunicando as mesmas coisas.
A maioria das pessoas acredita que só se deve elogiar alguém quando este faz algo bem-feito ou proveitoso. Essa é a lógica do toma-lá, dá-cá. Enquanto um líder tradicional espera o seu funcionário fazer algo bem-feito para depois elogiar com um feedback positivo, o líder empresarial de altíssima performance primeiro elogia e como consequência seu subordinado tem uma performance bem melhor.
Quando os pais elogiam demais, ou seja, acima de 10 ou 11 interações positivas para cada negativa, vemos filhos mimados e cheios de vontade, presos numa zona de conforto criada pelos próprios pais. Quando vemos filhos fustigados por uma avalanche de comunicações negativas, como crítica, reprovação ou indiferença, novamente percebemos baixos desempenhos, déficit de aprendizado, déficit de atenção ou hiperatividade. E em geral, esses filhos acabam se motivando em fazer o mínimo necessário para não ser mais criticados ou reprovados.
COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
Toda comunicação é composta pela parte verbal e pela não verbal.
Na prática, é impossível separar uma da outra. É mais ou menos como querer separar a farinha do açúcar em um bolo pronto. Contudo, para efeito de compreensão, vamos tratar das duas formas de comunicação separadamente.
Enquanto a comunicação verbal se resume às palavras ditas, a não verbal inclui todos os maneirismos gestuais, posturais, entonação vocal e expressões faciais etc. E a máxima de que já falamos continua válida: podemos mudar nossa vida e resultados ao mudar nossa comunicação verbal e não verbal. tremendo perceber que apenas a mudança na expressão facial foi responsável por uma nova maneira de ver o mundo.
Sabemos que nossa mente muda nosso corpo, o que não sabíamos é que nosso corpo muda nossa mente ainda mais rápido. Como também fazer poses ou posturas de poder por alguns minutos pode realmente mudar sua vida de maneira significativa, aumentando o nível de testosterona e diminuindo o cortisol. (Amy Cuddy)
Cite um vício que você tem e quais são os prejuízos a partir dele (queimei meus neurônios para completar essa)
Seis sentimentos curativos primários produzidos por cada tipo de comunicação:
- PRIMEIRO PADRÃO: PODER
A cientista Amy Cuddy demonstra em seus experimentos que ficar por apenas dois minutos na posição de poder comumente usada pela Mulher Maravilha – ombros abertos, cabeça apontando para o horizonte, mãos fechadas na cintura e pernas entreabertas – eleva o nível de testosterona em 20%. E, com a testosterona aumentada, a sensação de controle e domínio aumentam imediatamente. Como consequência pelo poder percebido, o nível de cortisol ou hormônio do estresse cai em aproximadamente 15%.
Parece mágico poder alterar nossa percepção sobre o mundo e sair de um estado sem poder, domínio e controle para um estado de poder e controle em questão de segundos. Contudo, fazendo a postura inversa, olhando para baixo, cerrando os olhos, encurvando os ombros e cruzando os braços, tornando-se pequeno em sua postura, temos imediatamente a alteração química e novas MDEs surgem.
No entanto, desta vez, as moléculas de emoção vão deixar o indivíduo triste, desmotivado, inseguro e impotente. E tudo isso por causa da comunicação não verbal.
É libertador, esperançoso e curativo poder escolher o que se deseja comunicar e pela repetição sistemática dessa comunicação se tornar emocionalmente igual à comunicação praticada.
- SEGUNDO PADRÃO: VITÓRIA
Quando se comunica tristeza, o organismo produz imediatamente MDEs de tristeza, uma combinação de hormônios e neurormônios que inclui menor produção de serotonina, menos dopamina, menos testosterona e mais cortisol, além da produção exagerada ou inconstante de noradrenalina.
Contudo, quando se comunica vitória em atos, palavras e ações, uma nova produção bioquímica acontece e inunda todo o sistema nervoso central, produzindo mudanças drásticas na percepção, na ação e na reação do indivíduo em relação ao meio. A proposta aqui é, de forma vigorosa, enviar estímulos (comunicação) de vitória para o cérebro, de maneira que ele produza ou faça produzir MDEs de vitória, que combatem o sentimento de tristeza, apatia, desânimo.
Postura de vitória: braços levantados em V, peito aberto e queixo apontando para cima.
- TERCEIRO PADRÃO: FELICIDADE
Para produzirmos esse padrão, é fundamental primeiramente diferenciar felicidade de alegria. Alegria está diretamente ligada ao prazer momentâneo e passageiro; já a felicidade está ligada ao estado de contentamento através dos sentimentos combinados de paz, fé e amor.
Vamos ao padrão linguístico de felicidade:
1º) Abraços diários de 40 segundos em pessoas importantes na sua vida, com quem tenha laços familiares ou alianças verdadeiras. Observe que este exercício se baseia em dar amor, e não em receber.
2º) Validação: este exercício quebra o padrão unicamente não verbal e combina um semblante de aceitação e amor com elogio verbal regado com um sorriso no rosto.
3º) Este exercício se baseia em dar brados de alegria em forma de Yes 30 vezes seguidas.
4º) Manifestar gratidão
Nunca ouvi pessoas depressivas dizerem: “Eu sou grata pela sua vida, você faz diferença”. Nunca vi pessoas bradarem alegria forte e intensamente e ainda assim se sentirem derrotadas e desmotivadas.
- QUARTO PADRÃO: ALEGRIA E ENTUSIASMO
Que você pare e por trinta segundos comunique uma celebração intensa não importa pelo quê. Apenas celebre intensamente e sinta o que mudou dentro de você.
- QUINTO PADRÃO: PAZ
As ondas cerebrais mudam de frequência baseadas na atividade elétrica dos neurônios e estão relacionadas com mudanças de estados de consciência (excitação, concentração, relaxamento, meditação, transcendência etc.). No padrão de grande atividade, a frequência das nossas ondas cerebrais é alta. A ideia agora é inverter isso, relaxar um pouco e desacelerar.
No padrão da paz, coloca-se o corpo em pé e ereto, relaxa-se a face e os ombros sem deixá-los cair e, com os olhos fechados, repete-se de 20 a 30 vezes a palavra paz esticando o “Z”. Conhecendo o estilo de vida do homem moderno ocidental, podemos ao longo do dia parar em qualquer lugar tranquilo privativo para baixar nossa frequência cerebral e obter seus resultados.
- SEXTO PADRÃO: AMOR
A ocitocina era conhecida apenas como hormônio do amor, porém, hoje com o avançar da Neurociência, também é chamada de hormônio da conexão social. Ela é responsável pela criação de vínculos sociais e afetivos.
Para produzir a ocitocina em quantidade restauradora, é necessária uma comunicação não verbal e verbal de amor-próprio e de amor aos outros mais próximos, como família, parentes e amigos íntimos. Não obstante, é fundamental tratar bem, ou muito bem, qualquer pessoa que cruze seu caminho, para que a química emocional não seja desfeita. Lembrando-se de que a indiferença ou a não percepção do outro já é uma comunicação negativa e, como qualquer emoção, produzirá MDEs pertinentes a ela.
Agora precisa por observação própria ou pelo feedback de terceiros reconhecer quais são os seus vícios e praticar os exercícios mais adequados para o seu caso. Se o seu vício for estresse, certamente o padrão a ser mais praticado é o de paz e de poder. Pelo relaxamento provocado pelas ondas alfa, a sensação de paz vem de forma imediata, pelo brado e pelos movimentos de poder é produzida a testosterona e com ela a sensação de controle e domínio. Ou seja, ao nos dedicar aos exercícios para conquistar os outros cinco padrões, este sexto – amor – vem como uma consequência de benefícios maravilhosos para a sua vida. É como se fosse um brinde ou um prêmio por atingir um objetivo pelo qual trabalhou com tanta disposição e força.
A Psicologia Social aborda as relações entre os membros de um grupo social, buscando compreender como o homem se comporta nas suas interações sociais. Estuda como as pessoas pensam, influenciam e se relacionam umas com as outras.
A Psicologia Positiva se concentra no estudo e no tratamento de distúrbios como a depressão e a ansiedade, focando mais as forças do individuo do que as fraquezas, enfatizando mais a busca pela felicidade humana do que o estudo das doenças mentais. O objetivo é que as pessoas obtenham uma vida com mais qualidade e maior sentido.
CAPÍTULO VI – QUESTIONE
Saber fazer as perguntas certas direciona o nosso querer e nos faz pedir o que de fato é benéfico. Boas perguntas invariavelmente nos mostrarão caminhos, porém apenas as melhores perguntas vão nos mostrar os propósitos e os valores por trás do que queremos e de como pensamos em realizar.
As respostas serão sempre importantes, porém não superam as perguntas em importância e poder. Pois as respostas costumam ser limitadas e temporais e as perguntas são ilimitadas e atemporais.
(Paulo Vieira)
Quando alguém diz o que você deve fazer, esteja aberto a três coisas: aceitar integralmente, recusar integralmente ou aceitar uma parte e recusar outra. Para tomar essa decisão, é necessário fazer mais e mais perguntas:
1a) O que essa pessoa me aconselhou é o melhor para mim?
1b) O que quero é de fato o melhor para mim?
2a) O que ela quer que eu faça é adequado ao contexto de minha vida? Talvez ela nem conheça meus medos, minhas inseguranças, minhas ambições e meus desejos.
Pessoas vitoriosas buscam uma multidão de conselheiros. Já pessoas emocionalmente limitadas buscam sozinhas seus caminhos e seus destinos e nunca os questionam. Quando ouvimos nossas verdades e as verdades de outras pessoas, precisamos ter em mente duas questões: quem é a pessoa a dar ouvidos e os resultados que ela vem tendo.
Os verdadeiros super-humanos sabem questionar a si mesmos a ponto de descobrir seus propósitos e seus porquês. Eles descobrem seus valores pessoais e sua missão de vida, que estão por trás do que pensam, sentem e fazem. Descobrem uma fonte de combustível inesgotável que fará com que cheguem aonde pessoas comuns sequer cogitam.
Por que continuar sendo a mesma pessoa de sempre se você pode ser alguém muito melhor? (Richard Bandler)
Não basta saber questionar, é necessário buscar as respostas para os questionamentos. Jamais a resposta será ou estará somente nela mesma.
O indivíduo pode ser despojado de tudo, menos da liberdade de decidir que atitude tomar diante das circunstâncias extremas e dizer sim à vida independentemente de tudo. (Viktor Frankl)
CAPÍTULO VII – CREIA
Muitas pessoas se perguntam por que são pobres ou por que são tristes, e a resposta mais fácil e simples é culpar seus pais, o ambiente em que vivem ou até o governo. Contudo, sempre veremos pessoas em ambientes pobres que se tornam ricas. E veremos pessoas felizes apesar de estar vivendo em grande adversidade.
Todo ser vivo é dotado de um sistema nervoso organizado e interconectado, que modifica o seu comportamento e as respostas aos estímulos em função de experiências vividas através das sinapses neurais. Essa modificação nos circuitos neurais é chamada de aprendizado e ocorre no sistema nervoso através da propriedade chamada plasticidade neural. E após cada modificação, nós temos alteração em nossas crenças e em nossos resultados.
A plasticidade neural é a capacidade do cérebro de desenvolver novas conexões sinápticas entre os neurônios a partir da experiência e do comportamento do indivíduo. Com determinados estímulos, mudanças na organização e na localização dos processos de informação podem ocorrer no cérebro. É através da plasticidade que novos comportamentos são aprendidos e o desenvolvimento humano torna-se um ato contínuo. Esse fenômeno parte do princípio de que o cérebro não é imutável, uma vez que a plasticidade neural permite que uma determinada função do Sistema Nervoso Central (SNC) possa ser desenvolvida em outro local do cérebro como resultado da aprendizagem e do treinamento.
Se seu comportamento e seu estilo de vida foram aprendidos, isso quer dizer que você pode reaprendê-los. Se você aprendeu a ser pobre, você pode aprender a ser rico – pensar como rico, sentir com o rico se sente e fazer dinheiro como as pessoas ricas.
Plasticidade neural é sinônimo de esperança e liberdade. É como dizer: “Minha vida tem jeito e posso ser ainda melhor e mais feliz hoje”.
Quando você aprende, você muda, quando apenas entende, você só conhece.
Um estímulo sem tanta importância gera um fluxo elétrico e químico nos neurônios capaz de produzir poucas sinapses neurais; já um estímulo sob forte impacto emocional gera uma carga elétrica e química gigantesca, que faz com que essas novas sinapses produzam redes neurais vastas e nelas se armazenem aprendizados fortes e profundos, além de uma lembrança muito mais abrangente do fato ocorrido.
O meu desafio é causar nas pessoas estímulos sensoriais (auditivo, visual e sinestésico) fortes e repetidos o suficiente para produzir novas crenças.
Como usar esses estímulos para curar minha crença sobre impotência diante dos desafios, vitimização e depressão e ser feliz em qualquer situação? Como usar essa estratégia de reprogramação de crenças para remodelar o meu corpo sem perder a qualidade de vida em outras áreas?
Da mesma maneira, quem é feliz, mesmo que passe por um evento doloroso tende a voltar a ser feliz, contudo, quem é triste e melancólico tende a continuar assim mesmo com tudo favorável ao seu redor. Como você já sabe, está tudo programado. O problema é quando essa programação é disfuncional e afasta a pessoa de uma vida prazerosa, plena e abundante.
AUTOESTIMA
A autoestima, numa explicação simples, é o bem-querer que uma pessoa tem por si mesma. Entretanto, para que ela se queira bem, ela precisa ter uma combinação de três crenças que, juntas, dão forma ao indivíduo: a crença de identidade, que se refere ao…
- Ser (eu sou); a crença de capacidade: crença de identidade que define quem você é e obviamente define também os seus resultados.
Para entender quanto a crença de identidade é importante na vida e no resultados, responda às perguntas abaixo:
Como você se relaciona com uma pessoa desonesta?
Como trata uma pessoa grosseira?
Como você conversa com uma pessoa que, na sua opinião, é limitada intelectualmente?
Quanto dinheiro você emprestaria para uma pessoa desorganizada e malsucedida?
Você daria emprego a uma pessoa triste e infeliz, colocando-a junto com sua equipe atual?
Você se casaria com uma pessoa sem valor, adúltera e promíscua?
Você seria sócio de uma pessoa desonesta?
Olhando para suas respostas, fica claro que a maneira pela qual você vê e percebe as pessoas ao seu redor determina como você vai s relacionar com elas e tratá-las. Se é uma pessoa desonesta, você se retrai e toma cuidados e com certeza não dá muitas informações a ela. Se é desorganizada e confusa, você provavelmente não vai entregar nada seu para ela cuidar, e muito menos vai confiar tarefas que demande mais controle e organização. Sé é culpada, provavelmente você vai querer justiça e que ela pague pelos erros que cometeu. Se ela é uma pessoa sem valor, talvez você não queira estar ligado a ela; se ela é promíscua e adúltera, talvez você queira total distância dela. Se é uma pessoa sem importância e sem graça, você talvez prefira estar com outra pessoa, alguém mais importante e mais atraente.
O que muitas pessoas não percebem é que a percepção sobre os outros determina a conexão e o relacionamento que teremos com eles. A nossa percepção sobre nós mesmos, ou seja, a nossa crença de identidade, vai determinar a relação que teremos com nós mesmos. A crença do “eu sou” vai determinar se gosto de mim mesmo ou não. Vai determinar se mereço ser premiado ou punido. Ela define se vou vencer, tirar segundo lugar ou se vou perder. Se vou me relacionar com uma pessoa de valor ou com alguém sem valor ou que vai me desvalorizar e maltratar. Se vou trair ou ser traído. As crenças que você tem sobre si mesmo vão determinar desde o seu valor próprio até a sua autoimagem e todos os seus resultados e comportamentos.
Acredite, existem coisas que só você é capaz de fazer. Quando você de fato souber quem é, e através de um autoquestionamento descobrir seu propósito e sua missão de vida, terá um poder de realização sem medidas e tudo ao seu redor conspirará para você fazer algo grandioso.
- Fazer (eu posso ou eu sou capaz);
Você pode, independentemente da idade, programar novas crenças, crenças extraordinárias sobre quem você é.
Se alguém o convenceu de que você era um moleque, preguiçoso, você pode desaprender isso. Se os estímulos que você recebeu na infância diziam que você era incapaz disso ou daquilo, lembre-se de que isso foi um aprendizado, e se você o aprendeu, também pode reaprender coisas novas sobre si mesmo. Plasticidade neural e mudanças de crenças existem, novas sinapses neurais podem ser feitas para criar uma nova e profunda rede neural de quem você é.
As pessoas continuam agindo e reagindo em relação a você de acordo com a sua crença de identidade. Então, volte para dentro de si e reconstrua o que precisa ser reconstruído.
- Merecer (eu mereço).
A base do nosso nível de merecimento foi programada ainda na infância mediante o tratamento e as experiências recebidas por pai e mãe ou pais substitutos, tanto quanto a crença de identidade e a crença de capacidade. Pessoas com um baixo nível de merecimento possuem o terrível vício de autossabotagem.
Esse aprendizado de que não merecemos coisas boas é um limitador, como um teto rebaixado que nos impede de levantar a cabeça dentro da própria casa.
Certamente o meu ideal e desejo é construir crença de merecimento em todas as áreas da vida. “Mas como?”,
Nosso lado humano, as emoções, a sociabilidade, os comportamentos, a moral, a ética, os valores, e tudo o mais que um indivíduo é e se torna capaz de fazer, vêm do aprendizado de tudo o que ele viu, ouviu e sentiu principalmente ao longo da infância. Por isso, são os pais e o ambiente do lar que farão toda a diferença na vida futura da criança.
E fundamentalmente, pais emocionalmente hábeis em educar seus filhos formarão filhos capazes e vencedores não importando o meio em que estes vivem. E se o pai está ou vive em um ambiente caótico é porque suas crenças o atraíram ou produziram esse ambiente de caos.
As crianças são especialmente sensíveis às experiências adversas traumáticas, não só pelo fato de que seu cérebro está em plena formação como também porque é até os 12 anos que a plasticidade neural é muito mais farta e fácil de acontecer. E são justamente essas moléculas de emoção boas ou ruins que se tornarão os vícios ou as virtudes da criança no futuro. E como elas viram, ouviram e sentiram essas experiências, será muito fácil para elas reproduzir esses ambientes, essas circunstâncias e essas MDEs quando forem adultas.
Essas experiências de adversidades na infância não apenas adulteram e prejudicam o cérebro do adulto como também alteram o sistema imunológico, sistema hormonal e ainda alteram a estrutura do DNA, ativando ou não o cromossomo através dos gatilhos genéticos.
Mesmo pessoas aparentemente ajustadas e bem-sucedidas são acometidas de problemas emocionais, de saúde e de comportamento se tiverem passado por experiências adversas na infância.
O COMEÇO DA MUDANÇA
Como as crenças do ser, do fazer e do ter são interdependentes e interconectadas, sempre que você potencializar uma, outra vai a reboque e também melhorará. No entanto, como já vimos, existe uma sequência natural que começa pelo “ser”. Depois, em decorrência de quem sou, eu passo a “fazer”. E, aí sim, quando eu sou quem eu sou e faço o que eu faço, como consequência lógica e natural eu passo a “ter” o correspondente ao ser e ao fazer.
Nossa sociedade está querendo primeiro “ter”. Eu tenho dinheiro, tenho carrão, eu tenho roupas de grife, eu tenho relógios caros etc. Na verdade, quando buscamos “ter” antes de “ser”, queremos compensar a maneira frágil e deficiente pela qual nos vemos e acreditamos que somos no nosso íntimo. Afinal, se eu tiver um carrão as pessoas vão me ver de modo diferente e vão dizer que sou rico, sou bem-sucedido, sou inteligente.
Tem um ditado popular que descreve o ato de ostentar assim: “Comprar o que não preciso, com o dinheiro que não tenho, para mostrar para quem eu não gosto quem eu gostaria de ser”.
Experiência no presídio:
Durante um ano fiz um trabalho voluntário no presídio, e nas minhas entrevistas com os detentos descobri o porquê de a maioria esmagadora ter entrado no crime. A única razão dita por eles era porque eles queriam ou precisavam “ter” algo. Na verdade, aprofundando as entrevistas, não foi apenas a vontade de “ter” que os levou para esse caminho, pois antes de querer “ter” eles tiveram suas crenças de identidade completamente desfiguradas por todos os tipos de problemas, traumas e dores na infância como: abuso sexual, violência doméstica, agressões físicas, pais viciados, orfandade, abandono e todo tipo de dor emocional. Desse modo, por trás da imagem de um jovem delinquente existia a autoimagem de um assaltante, assassino, ladrão, estuprador, traficante. Não acredite que aquelas pessoas estão presas ou soltas cometendo crimes apenas porque querem ter algo. Se assim fosse, você e eu estaríamos neste momento matando ou roubando para “ter” nossos sonhos. E se não fazemos isso agora é por dois motivos: medo das consequências ou porque esse tipo de coisa não combina com quem nós somos.
Assim, os detentos estavam nessa vida criminosa porque suas crenças de identidade, ou seja, a maneira como eles se viam, tinham sido adulteradas. Então, aproveito a oportunidade para dar um sinal de alerta ao poder público e a todos os que trabalham em prol de ex-detentos: não acreditem que trabalhar apenas a crença de capacidade, ensinando uma profissão ao detento, vai de fato reintegrá-lo à sociedade. Pois mesmo aprendendo uma profissão, o que vai determinar o comportamento e a atitude dele continuará sendo sua crença de identidade. E se ele continuar se vendo como uma pessoa sem valor, cruel, vítima da sociedade, violenta, cheia de ódio etc., ele terá uma nova profissão mas continuará se vendo como marginal. Por isso, além de ensinar uma profissão, trabalhando o “fazer”, o sistema judiciário e todas as organizações engajadas nessa causa precisam também trabalhar para refazer a crença de identidade, o “ser” dessas pessoas. Por que no momento em que eles se virem como cidadãos, e não como bandidos; quando se virem como pessoas do bem, e não pessoas do mal; quando se virem como pessoas valorosas, e não criminosos sem jeito, aí sim, estarão convivendo lado a lado com você e comigo sem recaídas e voltas à prisão.
Preciso abrir parênteses e parabenizar todas as igrejas cristãs com que convivi durante esse ano de trabalho voluntário na casa de detenção, pois o que faziam era justamente trabalhar a crença de identidade.
Como? Através de pregações constantes, leituras da Bíblia, hinos e cânticos de louvor a Deus. Por constantes estímulos evangelísticos, os detentos passavam a se ver como filhos de Deus, como a imagem e semelhança do próprio Deus. E uma passagem da Bíblia sobre a qual eles constantemente me falavam era a que dizia que eles eram como barro na mão do oleiro (Deus), onde foram refeitos e todo o passado foi apagado. E agora eles eram novas criaturas.
Mensagem final pg 236 e 237 (vale a pena imprimir porque resume bem)
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